Atos de corrupção faz Parauapebas ser notícia no Fantástico

Desde que teve início a Operação Filisteu, desencadeada pelo Ministério Público e executada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado – Gaeco, que investiga desvio de dinheiro na Câmara Municipal de Vereadores durante a gestão do vereador Josineto Feitosa, e um suposto superfaturamento na compra de uma área destinada à habitação popular, Parauapebas é o centro das atenções na mídia nacional.
No programa Fantástico de domingo, 21, exibido pela Rede Globo, a repórter Cristina Serra falou da prisão de Odilon Rocha de Sanção e José Arenes, presos com armas de fogo em suas residências, mas também acusados de fazerem parte de um esquema que envolvia Notas Fiscais frias que eram emitidas à Câmara pelo empresário Edimar Cavalcanti de Oliveira, proprietário de um supermercado e uma locadora de veículos.
Segundo o que foi apurado pelo Ministério Público (MP) parte dos vereadores recebia propina todo mês como uma forma de salário ou “mensalinho”, que teve uma investigação mais aguçada após o vereador Odilon Rocha de Sanção assumir na tribuna que “com o valor que o vereador recebe aqui se ele não for corrupto, não tenha nenhuma dúvida que ele mal se sustenta durante o mês”, disse o parlamentar.
Segunda a reportagem de Cristina Serra, o esquema que desviava o dinheiro público se tratava de uma teia criminosa encabeçada por Josineto Feitosa, que na época era presidente da Casa de Leis e o empresário Edimar, conhecido por “Boi de Ouro”, que está preso e apelou para Delação Premiada e está colaborando com a investigação. Como apareceu no programa televisivo ele assumindo que emitia as notas fiscais frias e depois o dinheiro era rateado entre alguns parlamentares.
O MP teve acesso a documentos que comprovam que em um único mês teria sido entregue na Câmara de Vereadores 27 quilos de presunto, 27 de queijo e mais de uma tonelada de café. O Promotor Hélio Rubens Pinho explica que como o produto não era entregue na Câmara, o dinheiro chegava na mão de Boi de Ouro, que tirava sua parte e repassava o restante para Josineto Feitosa, que se encarregava de distribuir aos demais vereadores envolvidos no esquema.
Outra ramificação do esquema era através do Pit Stop Lava-jato para onde foram repassados vários pagamentos de contratos que a empresa teria com a Câmara, sem licitação. O curioso é que a empresa de lavagem de carro pertence à família do vereador Odilon Rocha de Sanção. Outro contrato fraudulento a Câmara de Parauapebas teria com uma locadora de automóveis Corelo, que pertence ao empresário Edimar Boi de Ouro. Nesse caso a presidência da Câmara pagava mensalmente à empresa valores referentes a aluguéis de automóveis. Outra forma usada para desviar dinheiro público.
Outros pontos levantados pela repórter Cristina Serra foi quando o vereador Major da Mactra (PSDB), durante a explicação pessoal não reagiu bem ao ser vaiado pelo público e disse “podem vaiar, podem rasgar a boca que estou cagando e andando”! O que deixou alguns críticos intrigados foi quando a repórter global se refere ao transporte escolar afirmando que os ônibus trafegam superlotados, uma vez que a atual administração pública fez a aquisição de 100 ônibus, somente para o transporte escolar. Sobre esse assunto ainda, o curioso é que ninguém da prefeitura foi procurado para falar sobre o caso.
Na matéria percebe-se que os repórteres procuraram somente áreas de risco para obter imagens, o que pra muitos colocou em xeque a reportagem de Cristina Serra. Da mesma forma uma moradora afirmou que Parauapebas não tem escolas, somente nesse governo já foram construídas 17 escolas. Problema há, mas com o governo do Estado que sempre deixou a desejar em Parauapebas. As cenas que mostram aulas de educação física dentro de sala de aula causa mais estranheza, pois todas as escolas do município têm quadra coberta e refeitórios.
Todavia, com verdades ou inverdades o fato é que Parauapebas está novamente em rede nacional sendo referenciada a mazelas, corrupção e desmando.
(Texto: Luís Bezerra/Fotos: Arquivo).

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