Em entrevista a jornal japonês, prefeito de Parauapebas garante estar à procura de novos investidores para o município

Na tarde dessa quinta-feira (15), o jornalista japonês Daisuke Igarashi do The Asahi Shimbun entrevistou o prefeito de Parauapebas Valmir Queiroz Mariano. Pela segunda vez no Brasil, Daisuke, que hoje mora em Washington, nos EUA, escreve sobre economia. Com a atual crise mundial, ele tem buscado matérias sobre a situação socioeconômica do país e resolveu conhecer como está Parauapebas. Ao lado do tradutor e também jornalista, Yahei Miwura, ele conversou com o prefeito.
Valmir Mariano foi questionado sobre o momento que Parauapebas passa e de que forma sua gestão enfrenta a queda da arrecadação advinda da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem). “Para se ter uma ideia, Parauapebas chegou a vender minério a US$ 187 a tonelada. Hoje, estamos vendendo a menos de US$ 60 por tonelada. Uma queda de mais de dois terços do primeiro valor. Isso vem afetando diretamente nosso município. Tivemos uma queda na receita vinda dos royalties em torno de 36% no último ano”, explica.
Para o prefeito, a queda dos royalties afeta de maneira significativa o município porque ele não para de crescer. “Quando vim pra cá, tínhamos em torno de 30 mil habitantes. Hoje, pelo Censo de 2010, nós estamos em 186 mil. Mas pelo número fornecido pelos agentes de saúde, que fazem o acompanhamento diário, estamos acima dos 280 mil habitantes. Em 2014, tivemos um crescimento de 17% em um ano. A média dos últimos anos gira em torno de 19%”, esclarece.
Valmir diz estar à procura de alternativas econômicas, além da mineração, e percebe que uma das maneiras é a educação. “Estamos trabalhando em educação superior, em universidades. Nós adquirimos recentemente uma área [a caminho de Canaã dos Carajás] onde pretendemos fazer uma cidade universitária. Buscamos investidores externos porque sabemos que o futuro do Brasil está na região norte e nordeste”, garante.
Daisuke Igarashi afirmou ter visitado o Sine e entrevistou algumas pessoas. Ele ouviu várias pessoas e todas reclamaram sobre problemas de desemprego, mas também visitou outros lugares e percebeu vários prédios e construções novas, dando a entender que a cidade ainda oferece muitas oportunidades. “Só me cabe a torcer pela cidade para que continue melhorando”, afirma.
A entrevista completa feita por Daisuke Igarashi deverá ser publicada no início de novembro. De acordo com o site Observatório da Imprensa com base em um relatório da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-Infra), o The Asahi Shimbun é o segundo maior jornal do mundo com tiragem diária em torno de 8 milhões de exemplares em sua edição matinal. Fundado em 1879, ele também é um dos mais antigos jornais diários japoneses.
Foto: Anderson Souza.

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