Falhas na eleição e apuração para o Conselho Tutelar gera dúvida sobr a lisura

Urna sem Ata; diferença de numeração entre comprovantes, Ata e cédulas;e contagem duvidosa de votos marcaram apuração

Muitos rumores de benefícios a alguns candidatos circularam pelas redes sociais e no boca-a-boca como sempre acontece na maioria das eleições. Contudo, os erros constatados durante a apuração dos votos e a disparidade dos números envolvendo comprovantes de votação, Atas e a quantidade de cédulas nas urnas causou insatisfação na maioria dos candidatos ao Conselho Tutelar de Parauapebas.
Marcada para o domingo, 04, a eleição para conselheiro tutelar foi por cédula manual, o que casou descontentamento nos eleitores, uma vez que o processo de votação se tornou mais lento, causando a desistência de muitos eleitores por causa das grandes filas nas escolas dos bairros mais populosos da cidade, como por exemplo no Paulo Fonteles onde havia somente uma urna.
A cédula não continha nenhum timbre ou algo que oficializasse o produto, o que poderia facilitar uma possível fraude por parte de eleitores. Na cédula constava somente a assinatura da mesária responsável antes do eleitor votar. Porém, durante a apuração foi notória a grande quantidade de cédulas sem assinatura, em várias urnas.
Na escola Jean Piaget, Bairro Liberdade, a quantidade de comprovantes de votação totalizava 889, sendo que na Ata veio especificando 969 votos, e dentro da urna 882 cédulas. Mas, o problema maior foi constatado na urna da escola Paulo Fonteles, Rio Verde, onde a Ata afirmava 705 votos, mas só haviam 568 comprovantes de votação e 594 cédulas dentro da urna. Da quantidade de votos para o número na Ata a diferença foi maior que 100 votos.
Outra situação curiosa foi que a urna do Novo Horizonte chegou ao local de apuração (Centro Universitário de Parauapebas – Ceup) sem Ata. Mesmo assim os votos foram contabilizados e não coincidiram com a quantidade de comprovantes de votação. Eram 738 comprovantes de votação e somente 732 cédulas na urna.
A contagem de votos foi de forma manual, dividida em quatro meses de apuração. Porém, várias falhas foram constatadas pelos próprios candidatos e cabos eleitorais, que com o passar da noite já estavam tendo acesso às cédulas nas meses, inclusive “auxiliando” alguns mesários durante a apuração. Fato que causou estranheza em muitas pessoas.
Durante a contagem das urnas do colégio Jean Piaget constava uma quantidade de 54 votos para o candidato Rone Moreno e 71 para Arlete Sacramento. Como o número de cédulas foi muito diferente da quantidade de comprovante de votação, na segunda contagem Rone Moreno baixou para 51 votos e Arlete Sacramento subiu para 91. Nesse momento, constatava-se que o erro humano poderia prejudicar algum candidato.
As assinaturas da Ata do colégio Carlos Henrique não coincidiu com as do lacre da urna. Na urna da Palmares a Ata notificou uma quantidade de 573 votos e na urna somente 569 cédulas. Na Ata da escola Sandra Maria constava 233 votos, na primeira apuração apareceram somente 221, e na recontagem 232. Na urna da escola Dorothy Stang foram retiradas 272 cédulas, enquanto que na Ata constavam 283, provocando uma diferença de 11 votos.
Mesmo com todo esse leque de erros e uma apuração duvidosa, as 05h50 de ontem o resultado geral foi anunciado e mostrava que os conselheiros eleitos eram (1º) Márcia Barros com 1.134 votos; (2º) Vaurismar Nascimento com 1.038; (3º) Mara da Farmácia com 942; (4º) Nil com 797; e em quinto Adangela Santos com 559, sendo que 463 votos foram na urna da Palmares II, reduto eleitoral da conselheira.
Ficaram como suplentes (1º) Arlete Sacramento com 534; (2º) Rone Moreno com 482; (3º) Leide com 437; Márcia de Jesus com 433; e (5º) Alverlene Girão com 413 votos.
Ainda durante a noite de apuração e observando a quantidade de erros, mesmo antes de sair o resultado geral, um grupo de candidatos já demonstrava sua insatisfação com o dia da eleição e o formato de votação e apuração. Esse mesmo grupo afirmou que estará dando entrada hoje, terça-feira, 06, no Ministério Público (MP) como pedido de anulação da eleição para Conselheiro Tutelar, buscando uma eleição com urna eletrônica, o que dará mais lisura ao processo.
(Texto e Fotos – Da Redação)

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