Hospital Regional de Marabá faz campanha para aumentar estoque do hemocentro local

Na próxima sexta-feira, 14/06, será comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Atualmente, somente 1,8% dos brasileiros doa sangue, quantitativo inferior ao que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda, pelo menos, 2% da população. Para estimular a doação na região, ao longo deste mês, o Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, em Marabá (PA), realizará uma programação especial para aumentar o número de coletas no hemocentro regional.

A primeira mobilização ocorrerá nesta semana, quando o Comitê Transfusional percorrerá as Unidades de Internação e UTIs do Hospital para desmistificar a doação entre usuários, visitantes e acompanhantes. A ideia é esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto e mostrar os benefícios da doação a partir de histórias de quem sobreviveu graças à solidariedade de voluntários.

Uma dessas histórias é de Iracema Silva, 52 anos, internada no Hospital Regional de Marabá há quase duas semanas. Foram várias as vezes que ela precisou ser transfundida para tratar de complicações do diabetes. Como não pode retribuir o gesto diretamente, agora ela incentiva a filha a estender o braço. “Se ela puder doar, eu vou ficar feliz porque, de alguma forma, poderei ajudar outras que precisarem de sangue”, disse a paciente.

Adriele, 24 anos, diz que acompanhar o sofrimento da mãe na Unidade de Terapia Intensiva aumentou a vontade de se juntar à causa. “Antes eu tinha vontade. Depois da internação da mamãe, eu quero ainda mais doar. Vou essa semana ao posto de coleta e não quero parar na primeira doação”, prometeu a filha de Iracema.

A técnica de Enfermagem Eronilda Bezerra, 34 anos, também internada na Unidade, afirmou que incentivará familiares e amigos a se tornarem doadores. “Desde os meus 15 anos tenho vontade de doar, mas não tinha idade, nem peso. Casei, tive filho, mas continuava sem o peso mínimo necessário. Quando alcancei 50 quilos, fui me informar sobre a doação, mas descobri que não podia de novo, dessa vez por causa do piercing e, depois, devido à tatuagem recente. Agora, por conta das cirurgias que fiz, precisarei esperar mais um tempo para ser doadora. Enquanto isso, vou incentivar meus irmãos a fazerem o que não posso ainda”, contou.

Falta de informação é barreira para doação

Para o biomédico do Hospital Regional de Marabá, Gustavo Ramos, em parte, resistência à doação de sangue pode ser explicada pela falta de informação. Mesmo com o esforço conjunto de diversas instituições para esclarecer o assunto, ainda há quem pense que a doação afina ou engrossa o sangue, ou ainda, que vicia e deixa o voluntário suscetível a doenças transmissíveis pelo sangue.

“Quando fazemos as mobilizações, percebemos que é grande a desinformação da sociedade quanto aos benefícios da doação de sangue. Infelizmente, há muita gente que deixa de ajudar outras pessoas porque acha que a doação traz riscos para a saúde do doador. Mas não é verdade. O procedimento é seguro, obedece a uma série de rigorosos protocolos que garantem a segurança desde a coleta do sangue até a transfusão no receptor. Além disso, o processo é acompanhado do início ao fim por profissionais capacitados e, em poucos dias, o próprio organismo se encarrega de repor a quantidade de sangue doada”, explicou o biomédico.

Meta é coletar 100 bolsas em um único dia

Além da mobilização de pacientes, acompanhantes e visitantes, neste mês, o Hospital Regional de Marabá promoverá a sua 36ª Campanha de Doação de Sangue. A ação ocorrerá no período de 24 a 28 de junho, com coletas no Hemopa Marabá e no HRSP. A meta é coletar 100 bolsas de sangue no posto volante que será montado no HRSP, no dia 25, e outras 100 no hemocentro regional ao longo da semana da campanha.

Referência em atendimento de média e alta complexidades, o Hospital é quem recebe a maioria das bolsas coletadas pelo Hemopa. Isso se deve, principalmente, ao atendimento às vítimas de acidente de trânsito, ao volume de cirurgias realizadas e à constante necessidade de transfusão em recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Sobre a Unidade

O Hospital Regional de Marabá tem 115 leitos, sendo 77 de Unidades de Internação e 38 de Unidades de Terapia Intensiva. Possui perfil cirúrgico e habilitação em Traumato-ortopedia pelo Ministério da Saúde, oferecendo atendimento gratuito nas especialidades de Cardiologia, Cirurgia Buco-maxilo-facial,Cirurgia Plástica Reparadora, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Clínica Médica, Fisioterapia, Infectologia, Medicina Intensiva adulto, pediátrica e neonatal, Nutrição, Obstetrícia de Alto Risco, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Urologia, Neurocirurgia, Terapia Ocupacional, Traumato-ortopedia, Nefrologia e Anestesiologia.

Sobre a Pró-Saúde

A Pró-Saúde é uma entidade filantrópica que realiza a gestão de serviços de saúde e administração hospitalar há mais de 50 anos. Seu trabalho de inteligência visa a promoção da qualidade, humanização e sustentabilidade. Com 16 mil colaboradores e mais de 1 milhão de pacientes atendidos por mês, é uma das maiores do mercado em que atua no Brasil. Atualmente realiza a gestão de unidades de saúde presentes em 23 cidades de onze Estados brasileiros — a maioria no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Atua amparada por seus princípios organizacionais, governança corporativa, política de integridade e valores cristãos.

A criação da Pró-Saúde fez parte de um movimento que estava à frente de seu tempo: a profissionalização da ação beneficente na saúde, um passo necessário para a melhoria da qualidade do atendimento aos pacientes que não podiam pagar pelo serviço. O padre Niversindo Antônio Cherubin, defensor da gestão profissional da saúde e também pioneiro na criação de cursos de Administração Hospitalar no País, foi o primeiro presidente da instituição.

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