Ministério Público abre investigação conta vereadora Francisca Ciza e sua chefe de gabinete

Depois que Câmara de Vereadores de Parauapebas mudou para o novo prédio, escândalos envolvendo alguns parlamentares são comuns. O que deixa a população revoltada, pois usam da fé e esperança do povo, através do voto, por dias melhores em detrimento dos interesses pessoais.

    

Noticiamos na edição 1.419, nas páginas 12 e 13 sobre a acusação contra a vereadora Francisca Ciza Pinheiro Martins (DEM) e sua chefe de gabinete, Erinelda Maria Muniz Cardoso, que recebiam dois salários do município. Um como servidoras da Câmara e outro como professoras. Todavia, elas assinavam as folhas de ponto nas instituições de ensino, sem dar as aulas.

O mais curioso é que após ser noticiada essa fraude, Francisca Ciza que é segunda secretária na mesa diretora da Câmara Municipal de Parauapebas, foi escolhida para suplência na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Casa de Leis.

O Promotor de Justiça Hélio Rubens Pinho Pereira deu início a investigação por suspeita de informação falsa em documento público. Um desses documentos é a folha de ponto da Casa do Aprender. Nela, a assinatura de Francisca Ciza aparece confirmando que a vereadora trabalhou todos os dias úteis desde janeiro a março durante o período da tarde.

Francisca Ciza já era professora do município antes de ser eleita em 2016 e de acordo com uma lei municipal poderia acumular as duas funções. Na Câmara ela recebe por mês cerca de R$ 20 mil entre salário e gratificações pelo trabalho na casa, mas quando está prestando serviços ao legislativo não poderia estar em sala de aula.

Um relatório do Portal da Transparência da Câmara de Parauapebas mostra que no período de 22 a 24 de março Francisca viajou para Brasília para participar de reuniões no Ibama e recebeu R$ 2.500 em diárias. No dia 25, no retorno a Parauapebas, ela pernoitou em Marabá e recebeu mais R$ 400. E estas datas estão assinadas na folha de ponto da escola.

“Há aqui uma nítida divergência. Uma nítida contradição que aponta pra existência de um crime e ato de improbidade administrativa. Porque o servidor estaria recebendo sem prestar serviço para o poder púbico”, explica o promotor de Justiça Hélio Rubens.

O Ministério Público também abriu uma investigação em desfavor da ex-chefe de gabinete da vereadora pela mesma prática. Erinelda Maria Muninz Cardoso recebe por mês da Câmara quase R$ 5mil pelo cargo. No contra-cheque como professora, quase R$ 5 mil mensais. De acordo coma folha de ponto da escola Plácido de Castro, Erinelda era a funcionária que chegava mais cedo no colégio, chegava às 6h e só saia às 15h. Essa prática abusiva gerou revolta de parte dos funcionários da casa de ensino, que emitiram um pedido público de justiça.

“O que ocorre aqui? Em um dos lugares ela não está trabalhando, mas recebe pelos dois. O que mostra mais ou menos o mesmo modus operandis  e a ocorrência das mesmas figuras ilícitas. Vamos tomar depoimento das envolvidas e de supostas testemunhas e a depender do caso, nós vamos propor tanto ação criminal quanto a ação de improbidade administrativa contra as servidoras públicas”, afirma o Promotor.

Chegou para a equipe de reportagem do Correio do Pará que o Presidente da Câmara Municipal de Parauapebas (CMP), Elias Ferreira de Almeida Filho exonerou do cargo de Assessor Parlamentar no dia 07 de abril do ano corrente Gerardo Enrique Aliaga Arevalo, marido de Erinelda Maria. Os dois estavam nomeados pela CMP para trabalhar no gabinete de Francisca Ciza.

Texto: Luís Bezerra –Com informações de José Neves /

Fotos: Redes Sociais

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