Pará já registrou 38 mil focos de queimadas este ano, 20 mil deles só em setembro

Este ano, o Pará já registrou 38 mil focos de queimadas. Só neste mês de setembro, foram 20 mil. Isso tudo pode ser consequência de dois anos seguidos de secas muito severas na floresta amazônica, diz um estudo da Nasa, a Agência Espacial Americana. Os focos se espalham agora por áreas protegidas.

A chegada do fogo às unidades de conservação era o que mais se temia. São grandes áreas de floresta nativa administradas por órgãos ambientais para garantir a proteção da biodiversidade. Em Parauapebas, sudeste do Pará, o Parque Nacional do Campos Ferruginosos está em chamas há mais de duas semanas. As queimadas já destruíram uma região do tamanho de cinco mil campos de futebol. Os incêndios também atingem o Parque Estadual Serra das Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia.

Pesquisadores brasileiros analisaram as imagens de satélite da Nasa e constataram que os últimos dois anos foram os mais secos na Amazônia desde 2005. Ou seja, o volume de chuvas ficou bem abaixo da média e isso reduziu a média de água que o solo consegue armazenar.

Quando chega o período mais quente do ano na região, principalmente entre julho e setembro, a vegetação rasteira não resiste. Além da evaporação por causa do calor, o solo fica ainda mais seco porque as árvores puxam água pela raiz a todo o momento. Tudo isso torna o ambiente propício às queimadas. Segundo o Imazon, desde 2015 o fenômeno climático El Niño vem chegando cada vez mais forte e provocando grandes estiagens na região.

Combate às queimadas.

O pesquisador do Imazon Paulo Barreto diz que as queimadas no Pará poderiam ser evitadas com mais empenho das autoridades. “Tenho ouvido o governo do estado dizer que monitora as queimadas e manda os dados para os municípios. Muitas vezes esse município não tem condições de ir lá combater. Tem que, não apenas, monitorar o que está queimando e sim prevenir a queimada”, diz.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) disse que vem trabalhando com a Defesa Civil para alertar sobre as regiões onde há mais riscos de queimadas.

Fonte:  G1 Pará

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