Roda viva – edição 1266

Mais de 2 milhões de pessoas estiveram nos atos de ao menos 160 cidades.*** Em SP, participaram 1 milhão, segundo a PM, e 210 mil, para o Datafolha*** Brasileiros foram às ruas em todos os 26 estados, no Distrito Federal e emcidades do exterior neste domingo (15) em protesto contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff (PT)*** As mobilizações foram organizadas pelas redes sociais nas últimas semanas. No geral, os atos foram pacíficos. Em Brasília, houve um princípio de confronto quando o protesto já havia acabado. Em São Paulo, um grupo foi detido com fogos de artifício e soco-inglês, segundo a PM*** A cidade de São Paulo teve o maior público: 1 milhão, segundo a polícia, e 210 mil, segundo o instituto Grande parte dos manifestantes pedia a saída ou o impeachment da presidente Dilma e protestava contra a corrupção*** Algumas manifestações isoladas defendiam a intervenção militar no Brasil (o pedido de intervenção militar é uma atitude ilegal e frontalmente contrária à Constitução; em seu artigo 5º, a Constituição diz que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”)***No início da noite, os ministros da Secretaria-Geral da República. Miguel Rosseto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, deram uma entrevista coletiva sobre os protestos e afirmaram que a presidente*** O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira (16), após participar de uma reunião entre nove ministros e o vice-presidente Michel Temer com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, que o governo federal está “ouvindo as manifestações” e “aberto ao diálogo”*** O ministro disse que falou em nome da presidente.*** “É a fala dela que estamos reproduzindo”, declarou.Dilma reuniu o conselho político, formado pelo vice e os ministros, para avaliar o impacto do protestos deste domingo (15)*** Cardozo e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foram destacados pela presidente para relatar à imprensa o que foi discutido na reunião, da qual também participaram o assessor especial da presidente Gilles Azevedo e os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Gilberto Kassab (Cidades), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Pepe Vargas (Relações Institucionais)***”O governo está inteiramente aberto ao diálogo e assume como postura central o diálogo com todas as forças sociais. E pouco importa se são forças sociais que apoiam o governo ou são forças sociais contra o governo. […] O governo está ouvindo as manifestações”, disse Cardozo*** O titular da Justiça ressaltou que o combate à corrupção, uma das principais bandeiras dos protestos do último domingo, está na agenda do governo*** Durante a entrevista coletiva, que durou cerca de uma hora, Eduardo Braga enfatizou que o governo precisa ter “humildade” para refletir sobre o que é preciso ser feito para atender às reivindicações do segmento da população insatisfeito com o Executivo. O ministro, entretanto, solicitou que os manifestantes também reflitam sobre o fato de que o segundo mandato da petista “está ainda começando”***O procurador da República, Deltan Dallagnol, afirmou nesta segunda-feira (16), durante a apresentação de denúncia contra acusados de crimes investigados pela Operação Lava Jato, que o sistema de Justiça criminal do Brasil precisa ser aperfeiçoado*** Segundo o procurador, o Ministério Público Federal(MPF) deve apresentar na quinta-feira (19) uma série de medidas para tornar a punição de crimes de corrupção mais efetiva***“Hoje a corrupção é um crime de baixo risco, se nós queremos combater de forma efetiva a corrupção, nós devemos transformá-la num crime de alto risco”, afirmou procurador, citando como exemplo uma experiência efetivada em Hong Kong. Segundo Deltan, o MPF enfrenta no dia-a-dia uma série de problemas que impedem que sejam obtidas condenações definitivas, e que corruptos sejam presos.
Conforme Dallagnol, é preciso deixar de lado a ***“Teoria da Maçã Podre”, que se limita a afastar envolvidos em ilicitudes, mas atacar os fatores organizacionais e estruturais que influenciam o surgimento da corrupção. “Nós precisamos de mudanças no nosso sistema político e no nosso sistema de Justiça criminal. Especialmente no tocante ao sistema de Justiça criminal nós precisamos de uma Justiça crimina l mais efetiva”, disse.

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