Atendimentos a vítimas de acidentes domésticos voltam a subir no Hospital Regional do Sudeste do Pará

Levantamento da unidade revela que este tipo de incidente triplicou neste ano, em relação ao mesmo período de 2021

Maria de Lourdes, 71 anos, sofreu uma queda no banheiro de casa, na cidade de Itupiranga, e foi encaminhada para tratamento no Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá.

“Por falta de atenção, escorreguei, cai e fraturei gravemente o braço. Tive que ser submetida a uma cirurgia e fiquei dez dias internada. Foram momentos difíceis, mas estou me recuperando bem em casa”, conta a paciente.

O número de vítimas de acidentes domésticos como o de Maria de Lourdes atendidas no Regional de Marabá, entre janeiro e julho deste ano, mais que triplicou em relação ao mesmo período do ano passado.

A unidade, que pertence ao governo do Estado e é gerenciada pela Pró-Saúde, atua como referência para mais de 1 milhão de pessoas de 22 municípios da região, prestando atendimento 100% gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

De acordo com o Serviço do Prontuário do Paciente (SPP), setor que controla e processa as informações dos usuários da unidade, nos sete primeiros meses deste ano, foram atendidas 265 vítimas deste tipo de ocorrência na unidade, número 373% maior do que no mesmo período de 2021, quando foram registrados 56 atendimentos.

O levantamento aponta ainda que em 2022, os idosos acima dos 65 anos são a maioria das vítimas atendidas, respondendo por 43% dos casos. Em seguida estão as faixas etárias de 0 a 19 anos, com 25,3%; 40 a 64 anos, com 20,4%; e 20 a 39 anos com cerca de 11,3%.

O médico Alexandre Rocha, diretor Técnico do HRSP, explica que os afogamentos, cortes e quedas, estão entre as principais causas dos atendimentos da unidade. “É importante prevenirmos esses acidentes domésticos. Os idosos e as crianças são as principais vítima e correm o risco de sequelas graves, que podem comprometer a qualidade de vida,” afirma o especialista.

Valdemir Giratto, diretor Hospitalar da unidade, acredita que o aumento deste tipo de atendimento em 2022, pode ser reflexo de uma demanda reprimida em virtude da pandemia da Covid-19.

“Em 2021, devido ao isolamento social, muitas pessoas evitavam procurar os serviços médicos nos hospitais, com medo de contrair a Covid-19. Com o avanço da vacinação, essa procura vem aumentando e, consequentemente, o número de atendimentos triplicaram”, destaca Valdemir.

A visão do gestor está alinhada com os dados históricos, que apontam uma retomada dos atendimentos aos casos de acidentes domésticos ao patamar do período pré-pandemia. Em 2019, nos sete primeiros meses do ano, foram 354 atendimentos do tipo no HRSP, número próximo ao de 2018, quando foram registrados 324.

O diretor da unidade ressalta ainda que uma parcela significativa das vítimas atendidos no hospital necessitam de procedimentos cirúrgicos para colocação de próteses, devido aos traumas dos acidentes.

“Com o aumento da demanda e o período de pandemia, muitos insumos hospitalares que necessitam de matéria prima importada, como é o caso das próteses, ficaram escassos no mercado. Por isso, aqui no Regional do Sudeste do Pará, realizamos uma gestão diária dos insumos para que nem um paciente fique desassistido”, explica o diretor.

Confira dicas para prevenir acidentes domésticos:
• Instale barras de apoio apropriadas no banheiro. Atenção! O toalheiro não deve ser utilizado como apoio;
• Use tapetes emborrachados antiderrapantes no banheiro como um todo, principalmente dentro do box;
• Mantenha sempre o chão limpo e seco, evitando pisos molhados ou encerados;
• Evite subir em banquinhos, cadeiras ou escadas para pegar objetos;
• Proteja as tomadas com protetores específicos;
• Não deixe o ferro de passar quente ao alcance da criança, mesmo que esteja desligado;
• Nunca deixe remédios ao alcance das crianças, nem faça associação de medicamentos com balas e doces;
• Para uma criança se afogar, basta 2,5 cm de profundidade. Cuidado, portanto, com água em baldes e tanques, além de vasos sanitários e piscinas sem proteção adequada.

Fonte: Ascom/HRSP
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