Saulo Batista admitiu a relação extraconjugal, mas negou ter agredido a ex-amante. O crime ocorreu em um apartamento de luxo, em Campo Grande (MS), na última segunda-feira (26).
Um candidato a deputado federal foi esfaqueado dentro de um condomínio de luxo em Campo Grande (MS). A autora é ex-amante do político – segundo confirmado por ele -, que o encontrou com outra mulher em um apartamento, dias depois de os dois terminarem o relacionamento extraconjugal que mantinham. Ela o acusa de agressão durante a briga.
Saulo Batista, 40, filiado ao Republicanos do Mato Grosso do Sul, sofreu “perfurações profundas” no tórax. Ele e a suspeita, Daisa Garcia, teriam brigado pela primeira vez no domingo (25), segundo funcionários do prédio ouvidos pela Polícia Militar. Na última segunda-feira (26), ela voltou ao local e recomeçou a discussão, que terminou em uma suposta troca de agressões.
Os funcionários do prédio foram os primeiros a acionar a Polícia Militar, depois de ouvir a evolução da briga e encontrar Saulo já ensanguentado, segundo a Polícia Civil. Ao chegar ao condomínio, os agentes não encontraram a suspeita, que havia fugido.
Apesar de deixar o local inicialmente, Daisa Garcia compareceu à delegacia momentos depois do crime, espontaneamente, já acompanhada de sua advogada. Ela disse, segundo o Boletim de Ocorrência, que foi agredida pelo ex-amante e pela mulher que o acompanhava, que eles puxaram seus cabelos e a enforcaram e que atacou Saulo “no calor da briga”, pegando “algo” que estava sobre a mesa do apartamento.
Já o político, que foi levado ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Campo Grande, deixou a unidade de saúde momentos após dar entrada, recusando atendimento médico, para também ir até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Campo Grande, onde deu sua versão da história.
Com escoriações no pescoço, ele afirmou que agrediu a ex-amante apenas para se defender, além de dizer que sua acompanhante também foi ameaçada pela suspeita, que a perseguiu e ameaçou de morte. A arma usada no ataque, uma faca de serra, foi apreendida pelos agentes.
A PM localizou a mulher que acompanhava Saulo momentos após o crime, em outro flat do prédio. Ela disse que estava no andar de cima do apartamento, um duplex, quando escutou uma discussão e gritos de socorro do político, informando que Daisa tinha tentado matá-lo.
Ela confirmou a versão do candidato de que foi perseguida pela suspeita e disse que saiu correndo para um apartamento ao lado, que estava em manutenção, se escondendo até a chegada dos agentes.
O caso foi registrado como Lesão Corporal Dolosa e tanto Saulo quanto Daisa constam como autor e vítima na ocorrência. Saulo compareceu ao IML para fazer o exame de corpo de delito na manhã desta terça-feira (27).
Saulo, que é casado, ainda confirmou que manteve uma relação extraconjugal com Daisa, mas afirmou que os dois haviam dado um fim ao namoro no início do final de semana e que a influenciadora havia saído do apartamento alugado por ele para que ela morasse ainda no domingo.
Ele negou qualquer envolvimento amoroso com a mulher que o acompanhava no apartamento, detalhando que ela é uma amiga, próxima a seu círculo pessoal, e optando por também preservar sua identidade.
A VERSÃO DE DAISA
Nas redes sociais, a assessoria de Daisa publicou uma nota afirmando que ela está “profundamente abalada” e irá hoje ao IML (Instituto Médico Legal) para emitir laudo sobre suas lesões.
“Informamos que Daisa está profundamente abalada com o que aconteceu, tanto emocionalmente quanto fisicamente, seus compromissos hoje são infelizmente ir ao IML, hospital e estar com a sua advogada. Ela está com lesões físicas, hematomas, pulso muito inchado, escoriações e couro cabeludo machucado. Se recupera. Agradecemos as mensagens de apoio e de carinho. Em breve traremos mais informações”, afirmou o comunicado.
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher afirmou que já possui outros boletins de ocorrência e uma medida protetiva contra Saulo, mas continuava em um relacionamento amoroso com ele e nunca havia pedido a revogação da suposta restrição, que inicialmente não foi comprovada diante das autoridades.
A reportagem entrou em contato diretamente com Daisa pelas redes sociais, mas não teve retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestação.