Combate ao incêndio na Floresta Nacional de Brasília enfrenta desafios em meio a seca severas e suspeitas de vandalismo

Um incêndio de grandes proporções está devastando a Floresta Nacional de Brasília (Flona) desde a manhã de terça-feira (3). As autoridades do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão investigando a possibilidade de que o fogo tenha sido criminoso. De acordo com Fábio Miranda, chefe da Flona, três homens foram avistados na área exata onde os primeiros focos de incêndio surgiram, levantando preocupações sobre a origem intencional das chamas.

Miranda relatou que os indivíduos não eram visitantes comuns do parque e não estavam equipados para atividades recreativas. “Os suspeitos não estavam usando roupas esportivas nem fazendo caminhadas ou pedalando, o que é típico entre os frequentadores da Flona. O fato de os focos de incêndio terem surgido em locais distintos e não terem se alastrado de um ponto inicial indica que o incêndio pode ter sido provocado de forma deliberada”, explicou Miranda.

O chefe da Flona destacou que as características do incêndio são diferentes de um incêndio ocasional ou acidental. Normalmente, incêndios originados de queimadas de manejo em propriedades vizinhas se espalham de maneira mais uniforme, mas neste caso, o fogo se manifestou em focos independentes e distantes, o que reforça a hipótese de ação intencional.

O ICMBio mobilizou um total de 93 combatentes para enfrentar o incêndio. Eles estão divididos em equipes que atuam em duas grandes frentes de fogo. As prioridades estabelecidas para o combate incluem a proteção de áreas críticas: nascentes que são vitais para o ecossistema, matas de galeria que sustentam a biodiversidade local, remanescentes de Cerrado, e regiões próximas a residências que estão em risco de serem atingidas pelas chamas.

Além do combate direto ao fogo, equipes de monitoramento estão trabalhando intensamente para identificar e resgatar animais que possam ter sido feridos ou mortos pelo incêndio. A presença desses animais e a preservação de seus habitats são uma preocupação crucial para o ICMBio, que busca minimizar o impacto ambiental do incêndio.

As condições meteorológicas na região são desfavoráveis, com uma seca severa contribuindo para a dificuldade no combate ao fogo. As autoridades esperam que a situação melhore ao longo do dia para que o incêndio possa ser controlado até o final de quarta-feira (4). A seca extrema tem exacerbado a propagação das chamas, e a combinação de calor intenso e baixa umidade está tornando o trabalho dos bombeiros e brigadistas ainda mais desafiador.

O ICMBio continua acompanhando a situação de perto, coordenando esforços de combate e realizando avaliações contínuas para garantir a proteção da rica biodiversidade da Flona. A investigação sobre a possível ação criminosa está em andamento, com a expectativa de que novas informações possam surgir à medida que a situação evolui.

Agência Brasil

VEJA ISSO TAMBÉM