Educação escolar indígena como espaço de resistência é tema de Seminário em Parauapebas

Objetivando abrir espaço para discussões sobre a existência de desafios, reconhecer os avanços e a diversidade cultural, além de fomentar proposições de melhorias e adequações do sistema educacional indígena, a 2ª edição do Seminário de Educação Indígena de Parauapebas foi realizada na última terça-feira, 19, no auditório do Centro Universitário de Parauapebas.

 

O evento, organizado pela Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Educação/Setor de Educação Indígena, trouxe como tema a “Educação Escolar Indígena como Espaço de Resistência, um local de debate sobre o processo de ensino e aprendizagem dos povos Xikrin e Warao”.

 

Com cerca de 200 participantes, inclusive indígenas de várias etnias, o Seminário foi avaliado pelos organizadores como um evento histórico e de grande relevância para a comunidade educacional indígena. “Este é um momento histórico. Para nós é uma satisfação enorme poder realizar esse segundo seminário dentro do nosso município, tendo a presença da própria comunidade Xikrin”, enfatizou o diretor do Setor de Educação Indígena, Kaiorê Xikrin.

 

Mais de 600 alunos das etnias Xikrin e Warao são atendidos atualmente pelo município de Parauapebas. “O nosso governo tem procurado valorizar cada vez mais a cultura indígena e a segunda edição do seminário é um exemplo da busca dessa valorização na prática”, destaca o secretário de Educação, José Leal Nunes, mencionando os vários investimentos direcionados para educação indígena, dentre eles, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena ofertado por meio de parceria firmada entre a Prefeitura e a Universidade do Estado do Pará (UEPA).

 

A palestrante, educadora e antropóloga Kaingang, Rosani Fernandes, trouxe discussões fundamentais para o seminário. Para ela, é preciso fortalecer as formas de resistências e luta dos povos indígenas e eventos como o realizado no município têm um papel fundamental nesse processo.

“Nós precisamos desconstruir estereótipos, o imaginário dos não indígenas sobre os povos indígenas e reafirmar a diversidade cultural como valor, a diferença como um patrimônio da humanidade. A diferença étnica linguística, cultural, os sistemas de organização dos povos indígenas como algo a ser respeitado pelos povos não indígenas”, afirma Rosani.

ASCOM/PMP
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