A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou nesta terça-feira, 5, que o percentual de energia furtada no Brasil chegou a 6,7%, um número alarmante que seria suficiente para atender ao consumo total do Estado da Bahia, o quarto maior do país. Em uma reunião ordinária, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, apresentou dados preocupantes sobre o desvio de energia, revelando também que alguns estados brasileiros enfrentam índices alarmantes de furto de eletricidade.
O relatório de Feitosa detalhou os dados por estado e destacou que o Pará é um dos principais culpados por essas perdas. O estado apresenta um índice de 15% de energia furtada, colocando-o entre os maiores focos de fraudes no país. No entanto, a situação mais crítica é no Estado do Amazonas, onde um impressionante 35% da energia produzida é desviada. O Amapá segue com 30% de perdas, e o Rio de Janeiro, 20%.
Esses furtos de energia são causados principalmente por ligações clandestinas (o famoso “gato”) ou adulteração de medidores, ações ilegais que afetam diretamente a qualidade do serviço de distribuição e resultam em uma grande carga de perdas não técnicas. Essa energia furtada, que poderia ser utilizada para abastecer residências e empresas, acaba sendo repassada aos consumidores por meio de tarifas mais altas, impactando toda a população.
Feitosa ressaltou que, em termos de volume, a energia furtada no Brasil é equivalente à produção de toda a Usina de Belo Monte, uma das maiores usinas hidrelétricas do país. Ele destacou que esse volume de energia seria suficiente para atender ao consumo de todo o Estado da Bahia, colocando em perspectiva o impacto desse desvio nas tarifas de energia dos consumidores brasileiros.
Revisão Tarifária e Pedido de Alteração de Perdas
Durante a reunião, a diretoria da Aneel também discutiu um pedido de Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) da Light Serviços de Distribuição S.A., responsável pela distribuição de energia no Estado do Rio de Janeiro. A empresa solicitou uma alteração nos percentuais de perdas não técnicas regulatórias, alegando que as perdas eram superiores ao limite estipulado pela Aneel. No entanto, o pedido foi negado, pois, segundo a agência, não havia base contratual que autorizasse a revisão dos percentuais.
A negativa da Aneel reflete a postura firme da agência em relação à fiscalização das distribuidoras de energia e à necessidade de coibir práticas de desvio de eletricidade. A revisão de tarifas e os ajustes nos percentuais de perdas são temas que sempre geram debate, pois impactam diretamente os custos para os consumidores e a qualidade do serviço prestado.
O Impacto do Furto de Energia
O furto de energia é um dos principais fatores que contribuem para o aumento das tarifas de eletricidade no Brasil. A Aneel tem se empenhado em combater esse tipo de fraude, mas os dados apresentados na reunião de hoje indicam que a prática continua sendo um grande desafio, especialmente em estados como Amazonas, Amapá e Rio de Janeiro, onde as perdas não técnicas são significativamente altas.
Essas perdas, além de elevarem o custo da energia para os consumidores regulares, também dificultam o planejamento e a expansão do sistema elétrico nacional, já que a energia desviada não é contabilizada de forma adequada nas projeções de demanda.
O governo e a Aneel seguem buscando soluções para combater esses furtos, que não só comprometem a infraestrutura elétrica do país, mas também prejudicam os consumidores que pagam pela energia que é consumida de forma ilegal.
Informações: Roma News
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