Ensino Superior, retorno financeiro pode ser causador da procura por cursos técnicos

A sociedade brasileira, de tempos em tempos, retoma as discussões sobre o ensino técnico e superior. A preocupação com a educação do jovem para o trabalho eleva-se em épocas de eleições e de baixa produtividade na economia, como atualmente.
Alguns analistas argumentam que o brasileiro é obcecado pelo ensino superior e defendem que a expansão do ensino técnico seria suficiente para aumentar a produtividade da nossa economia. Mas, até que ponto o ensino técnico pode ser considerado como uma alternativa para o ensino superior? O ensino técnico é um nível de ensino enquadrado no nível médio dos sistemas educativos. Constitui uma modalidade de ensino vocacional, orientada para a rápida integração do aluno no mercado de trabalho.
Estudos mostram que, desde que o custo das escolas técnicas seja inferior a R$ 13.600 por aluno ao ano, em comparação com os R$ 2.200 que são gastos no ensino médio tradicional, o investimento vale a pena. Em suma, os dados dizem que os cursos técnicos ou profissionalizantes aumentam o salário dos jovens apenas em comparação com aqueles que cursam somente o ensino médio tradicional, já as pessoas com ensino superior completo ganham em média quase três vezes e mesmo quando levamos em conta os custos diretos e indiretos incorridos para cursar uma faculdade, o retorno econômico ainda é bastante elevado
Dentro desse quadro vem crescendo o ensino superior privado, formador de um perfil profissional voltado diretamente para adaptação ao mercado. Em muitos países desenvolvidos, uma grande percentagem da população (em alguns casos até 50%), acaba por entrar no ensino superior em determinada altura da sua vida. A educação superior é, portanto, bastante importante para o desenvolvimento da economia, tanto como uma atividade econômica em si, como uma fonte de pessoas instruídas e educadas para serem empregues nas restantes atividades de uma sociedade.

Tânia, coordenadora do Ceup
Tânia, coordenadora do Ceup

Em Parauapebas nota-se uma baixa quantidade de pessoas com ensino superior completo, muitas pessoas que têm melhores condições financeiras, são obrigadas a irem para outras cidades e até para outros estados para realizar o curso de suas preferências. Em entrevista exclusiva com a coordenadora do CEUP, professora Tânia Cristina e a Diretora Acadêmica de uma instituição particular, Genecy Roberto dos Santos foi possível ter uma visão mais ampla desse quadro aqui no município.
Genecy, que segundo ela, gastou uma fortuna para cursar o ensino superior de sua preferência fora da cidade, observou que aqui no município a oferta e demanda não estava condizente. Ao observar que muitas pessoas desejavam ter o diploma do ensino superior, mas por falta de escolha, não era possível isso, fez questão de trazer para Parauapebas uma instituição que pudesse atender essa necessidade de parte da sociedade. Primeiramente eram oferecidos apenas dois cursos (Administração e gestão Comercial), mas para esse ano garantiu que foi feita uma pesquisa de campo e que existem projetos para serem disponibilizados sete novos cursos para atender a comunidade (Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Ambiental, Ciências Contábeis, Farmácia, Nutrição E Enfermagem), além de uma ampliação do espaço físico atual.
Já para quem não pode pagar uma mensalidade em instituições particulares (mesmo às vezes possuindo parcelas mais baratas que o comum), a realidade é diferente. Tânia Brunelli, coordenadora do Centro Universitário de Parauapebas, diz que, atualmente, apesar de oferecer poucos cursos de contrato (Bacharel em Direito, Engenharia Civil, Mecânica e Ciências Contábeis), conta com uma procura grande, principalmente para os cursos de Administração, Psicologia, Enfermagem e Licenciatura em Educação Física. Durante a entrevista, Tânia disse que uma das causas seria a atual falta de procura das faculdades para oferecer os cursos, uma vez que elas precisam entrar em contato com a prefeitura para que haja negociação de espaço físico e valores. A professora Tânia afirmou que existe um projeto que foi feito e entregue ano passado para a reitoria da UEPA para trazer cinco novos cursos (licenciatura em Educação Física, Artes com habilitação em Música, Enfermagem, Letras com Habilitação em Libras e Ciências naturais com habilitação em química, física e biologia) para cá e que será realizado em espaço já cedido pela prefeitura. Enquanto o campus da UEPA não fica pronto, assim que aprovado o projeto, que atualmente esta tramitando em Belém, as aulas iniciarão no CEUP mesmo. Disse também que a qualquer momento pode ser aprovado e que aguardam ansiosamente para começar o quanto antes a elaboração do edital, uma vez que atenderá não só a comunidade do Município, mas também as comunidades das áreas vizinhas.
Por Pedro Nascimento.

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