Explosões da Vale podem estar afetando lençol freático de Parauapebas

Foi levantado pelo vereador Zacarias Assunção (PP) durante a sessão da Câmara Municipal de Parauapebas (CMP) do dia 20 do mês corrente sobre as explosões que estão sendo realizadas para a abertura do ramal ferroviário da Estrada de Ferro Carajás (EFC), da mineradora Vale, que possivelmente estariam rompendo as rochas que protegiam o lençol freático do local. O receio do parlamentar é que essa ação culmine com a seca do reservatório natural de onde é capitada a água que abastece os bairros Tropical I e II, e Ipiranga. ““Aqueles bairros hoje sofrem com a falta de água e precisamos tomar medidas urgentes sobre essa situação, como já falei em outras sessões”, disse o vereador.
Zacarias solicitou que a Mesa Diretora da Câmara convoque representantes da mineradora para que, no prazo de 15 dias, venha explicar a situação e traga na maleta soluções para o problema, pois está causando sérios transtorno a comunidade. “Se não vierem, vamos nos unir aos moradores que estão sendo prejudicados e fecharemos a obra e a ferrovia”, alerta o parlamentar.
Esse ramal ferroviário pretende escoar a produção do projeto de Ferro S11D, localizado em Canaã dos Carajás, com uma extensão de 101 km. O projeto S11D é o maior da Vale, com 4.2 bilhões de toneladas de minério de ferro lavrável, dos 11 bilhões existentes no corpo inteiro. A produção, prevista para iniciar em 2016, é de 90 milhões de toneladas por ano.
Em nota, a mineradora Vale refuta as acusações e afirma que as atividades de implantação dos seus projetos, a exemplo do Ramal Ferroviário, ocorrem obedecendo todos os parâmetros técnicos e normas que regulamentam as atividades de construção, sendo apresentados aos órgãos ambientais todos os relatórios de execução das obras e das medidas de monitoramentos conforme estabelecido no estudo ambiental. Especificamente sobre a situação da água, a mineradora diz que entre os programas, adota medidas de controle para garantir a manutenção da qualidade das águas dentro dos padrões definidos pela legislação vigente, não sendo identificadas alterações nos parâmetros físicos, químicos e biológicos que possam comprometer os diferentes usos desse recurso.
(Texto: Luís Bezerra – Com informações de Tina Santos).

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