Casal viajou até Florianópolis para presentear Marcos da Silva após saber da história: ‘Multiplicar honestidade’.
Após encontrar uma carteira com R$ 940 e devolvê-la ao dono, um gari de Florianópolis foi presenteado por um casal de desconhecidos. No sábado (16), inspirados pela atitude do profissional, Susana e Adilson Dutra saíram de Imaruí , foram até a casa de Marcos da Silva e deram a ele R$ 950 em dinheiro.
Como Marcos possui uma filha de pouco mais de 2 meses, que só se alimenta com fórmula infantil, o casal do Sul catarinense decidiu dar o valor para ser convertido em leite e fraldas.
Eles disseram que há 30 anos tiveram filhos gêmeos e também enfrentaram dificuldades para comprar leite especial. Os dois afirmam, no entanto, que a atitude não é simplesmente pelo dinheiro, mas pela história de valor a ser contada à nova geração, “para multiplicar a honestidade”.
Ao g1 SC, o aposentado Adilson falou que não é rico, mas considerou que o presente poderia inspirar outras pessoas a terem atitudes como a do gari. “Nós achamos interessante a atitude do Marcos, a honestidade dele. O que era para ser uma regra, hoje em dia é uma exceção, que é a qualidade de ser honesto”, afirmou Adilson.
“Pensa em um casal gente boa. Bem simples, humilde”, comentou Marcos.
Relembre a ação de honestidade do gari
Marcos da Silva, encontrou uma carteira com R$ 940 enquanto fazia a coleta em Florianópolis. Ele percebeu que os pertences, que incluíam documentos, estavam em nome de um homem iraniano chamado Amir Farokhdad e começou procurá-lo na internet. Embora o proprietário não estivesse mais no Estado, o item foi entregue a um amigo do turista.
Marcos achou Amir em uma rede social no mesmo dia em que encontrou a carteira, em 20 de junho, e mandou mensagens em português e persa, com auxílio de um tradutor online. O turista agradeceu e indicou um amigo da capital para receber a entrega. O gari foi de moto até o Bairro Tapera, no Sul da Ilha, levar os pertences. A história foi divulgada pela prefeitura da cidade.
“Na hora que caiu do contentor, parecia que [a carteira] estava dizendo: ‘Estou aqui’. Nesse dia, eu estava precisando de dinheiro, não tinha R$ 1 no bolso, mas não ia ser com esse dinheiro que eu ia resolver as coisas”, disse.
Marcos mora em Palhoça, na Grande Florianópolis. “Eu devolvi porque tinha dono e tenho esse pensamento que, o que não é meu, não faz bem pra mim”, comentou.
Segundo ele, o turista estava procurando pelo objeto há uma semana, sem imaginar onde poderia ter deixado. O iraniano contou ao gari que provavelmente deixou a carteira cair no momento em que conversava com um amigo e despejava lixo no contentor.
O profissional afirma que os dois trocaram números de telefone e que o turista insiste em conhecê-lo, quando voltar à Capital, para comerem juntos uma tainha.