As vítimas tiveram contato com um fungo presente nas tocas dos animais ao caçarem e desenvolveram a doença.
Um adolescente, de 17 anos, morreu na última sexta-feira (19) e outro continua em estado grave vítimas de complicações provocadas pelo fungo Paracoccidioidomicose (PCM), conhecido popularmente como ‘Doença do Tatu’, em Simões, a 430 km ao Sul de Teresina. Esta é segunda morte pela doença no município em quatro anos.
A ‘Doença do Tatu’ ocorre quando a pessoa entra em contato com os esporos do fungo ao mexer no solo e inala a substância.
Um irmão e um amigo que estavam com a vítima, também foram atingidos pelo fungo. Um deles está internado em estado grave no Hospital Justino Luz, em Picos.
De acordo com a secretária de saúde do município, Isamaria Dantas, há cerca de um mês, os três jovens saíram para caçar tatu, ao retornarem começaram a sentir os sintomas da doença: como a falta de ar e febre.
“Quando eles procuraram o hospital informaram tinham caçado tatu e que poderiam estar com a doença. Como há quatro anos tivemos outros casos, em que um deles faleceu, eles logo associaram. O adolescente de 17 anos estava com sintomas graves, foi encaminhado para o Hospital Regional de Picos, mas não resistiu”, informou a secretária ao g1.
Ela disse que o irmão da vítima apresentou sintomas mais leves e está em Teresina fazendo acompanhamento ambulatorial. Já um amigo deles está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Picos e seu estado é considerado grave.
“Não é uma de notificação compulsória, porque não é contagiosa e nem passada de pessoa para outra ou de animal para pessoa. Também a caça é proibida. Então fizemos a orientação necessária à população”, explicou Isamaria Dantas.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde de Simões:
A Paracoccidioidomicose (PCM) é conhecida popularmente por “Doença do Tatu”. A associação com o animal acontece porque o homem ao caçar tatus entra em contato com as tocas (buracos), onde o solo está contaminado pelo fungo.
A doença não é transmitida por animais ao homem, nem é transmitida de uma pessoa para outra. A transmissão é sempre pela inalação dos esporos que estão no solo contaminado (poeira que sai do buraco).
A pessoa infectada pode apresentar lesões na pele, tosse, febre, falta de ar, linfonodomegalia (ínguas ou landras), comprometimento pulmonar, emagrecimento. Podendo inclusive manifestar a forma grave, levando a morte.
“Solicitamos a comunidade que evite exposição ao risco de contaminação”, finaliza a nota da secretaria.
Nota da Secretaria de Saúde de Simões sobre Paracoccidioidomicose (Doença do Tatu)
Fonte: g1 Piaui