O grande cacique Botiê Xikrin recebe homenagens, em Parauapebas

O último fim de semana foi de festa na Djudjêkô, umas das 21 aldeias que formam a Terra Indígena Xikrin do Cateté, localizada em Parauapebas, sudeste do Pará

Danças, jogos, rituais e um momento especial para contar a história de ocupação dos indígenas e de como era a vida de antigamente. Foi assim, a programação da “Festa dos Povos Mebêngôkré Xikrin: Uma homenagem ao cacique Botiê Xikrin”, que ocorreu nos dias 17, 18 e 19/11, na acolhedora aldeia Djudjêkô.

“É muito justa essa homenagem, uma homenagem importante onde, na verdade, a comunidade faz homenagem e quem ganha com isso é ela com a troca e com a transmissão dos conhecimentos ancestrais”, ressalta Girlan Pereira, titular da Coordenadoria Municipal de Promoção dos Direitos Indígenas (Compdi) da Prefeitura de Parauapebas, um dos poucos municípios no país que tem políticas públicas destinadas para os Xikrin e outros povos, atuando no fortalecimento, valorização da cultura indígena local.

“Nós estivemos orgulhosos. é uma festa que vai ficar não só pra história, mas sim vai ficar na memória do ancião, que é o meu vô Botiê. Ele conseguiu falar sobre a sua história, a cultura, a vida do cacique pra que a gente possa entender e permanecer no trabalho dele, pra não acontecer uma divisão entre a sua comunidade”, destaca o Coordenador do evento, Bep Krokroti, que explica. “Eu tinha a ideia deste projeto quando eu era jovem, de contar a história dele e felizmente deu certo agora. Tá todo mundo satisfeito com isso, e no ano que vem, se ele estiver bem, nós vamos fazer uma festa maior pra que todos os nossos parentes venham. Hoje tivemos festa pra ele e nós estamos felizes com ele”, celebra o cacique da Djudjêkô.

Saúde Indígena

Thiago Silva Nascimento, enfermeiro especialista em saúde pública, urgência e emergência e saúde indígena, que atua no meio do povo Xikrin na regional do município de Marabá, explica como funciona o atendimento. “Nossa rotina começa desde uma operacionalização no polo base onde a gente se reúne com toda a equipe multidisciplinar composta por médico, odontólogo, enfermeiros, técnico de enfermagem, para fazer o levantamento das nossas ações de saúde. A gente tem a ênfase na atenção básica, na prevenção e promoção à saúde aqui dentro do território”, diz Thiago.

“Os indígenas recebem bem os profissionais da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e é comum realizarem o trabalho durante as festividades. Se a gente vê que a comunidade está alegre, feliz, festejando, então é um motivo de saúde. É da cultura do indígena festejar, brincar, cantar e sorrir.

 

Conheça a cultura Xikrin do Cateté acessando no site do Instituto Botiê Xikrin

O Instituto Indígena Botiê Xikrin foi constituído no dia 1º de maio de 2008 com o nome de Associação Indígena Bemoti de Defesa do Povo Xikrin do Kankrókrók, como uma associação civil sem fins lucrativos, com finalidades culturais educacionais, esportivas e sociais. Mas depois foi transformado em instituto para promover a garantia dos direitos sociais e a defesa dos direitos humanos do povo Xikrin.

Fonte: https://institutobotiexikrin.org/

Texto: Andréa Reis

Fotos: Chico Souza

Assessoria de Comunicação/PMP

VEJA ISSO TAMBÉM