“O produtor de florestas”: Conheça a história do piauiense, paraense de coração, que ajudou a produzir de mais de 2 milhões de mudas e a recuperar áreas degradadas na floresta amazônica

Uma simples semente hoje pode se tornar a grande árvore do amanhã. Com técnicas sustentáveis, respeitando o tempo da natureza e o envolvimento da comunidade local, é possível ressignificar áreas que foram degradadas e transformá-las em grandes corredores ecológicos e novas florestas. Para isso, nada escapa aos olhos atentos e dedos hábeis de Jefferson Sousa, de 33 anos. O “produtor de florestas”, como é carinhosamente chamado pelos amigos, já ajudou a produzir, em uma década, mais de 2 milhões de novas árvores de espécies como castanha-do-pará, açaí, ingá, jatobá, cedro, mogno, entre outros. A transformação da semente em muda ganha forma no Viveiro Florestal da Vale em Carajás, no sudeste do Pará, que conta com uma variedade de mais de 120 espécies nativas e tem como objetivo produzir mudas para restauração ecossistêmica, áreas de preservação permanente, recuperação de áreas mineradas e doação para projetos ambientais das comunidades do seu entorno.

O “produtor de florestas”, Jeffersson Souza | Foto: Divulgação

Jerffesson Sousa, natural de Barras, no Piauí, mora em Parauapebas há 12 anos, começou como auxiliar de serviços gerais, formou-se como técnico em meio ambiente e hoje é engenheiro ambiental. “Costumo dizer que a natureza salvou a minha vida, devo tudo a ela. Entendi que só mudaria a minha vida através do estudo. Assim, depois de muita dedicação cheguei até o viveiro florestal de Carajás, foi amor à primeira vista. É gratificante ver uma semente se transformando em muda e sendo incorporada novamente à natureza. São as árvores que aumentam a umidade do ar, fornecem sombra e servem como abrigo à fauna. Além disso, várias espécies fornecem flores e frutos para alimentação, produção de remédios, entre outros usos”, destaca.

“O produtor de florestas” dedica a maior parte dos seus dias à produção de mudas nativas que estão ajudando a reflorestar áreas de preservação permanente, áreas mineradas, de compensação ambiental e/ou em processo de recuperação, além de garantir a conservação das espécies, algumas ameaçadas de extinção.

Coleta de sementes nativas

Para que as mudas cheguem até a floresta o trabalho começa na coleta de sementes nativas feita por famílias da região amazônica, que integram a Cooperativa dos Extrativistas da Flona de Carajás (Coex). Ao todo, nos últimos três anos, foram coletadas cerca de 17 toneladas de sementes, o que gerou mais de R$ 2,8 milhões em renda às famílias. Toda a variedade coletada na Floresta Nacional de Carajás é adquirida pela Vale. Representando dois terços das florestas naturais do Brasil, respeitar e conversar a Amazônia é essencial para o equilíbrio climático em todo o continente.

Quando chegam ao viveiro as sementes seguem para uma casa de germinação, que funciona como berçário, onde recebem os primeiros cuidados. Mais crescidas, elas viram mudas em sacos de terra com controle da irrigação e nutrientes. Por fim, vão para uma área chamada de rustificação onde ficam a pleno sol simulando o ambiente natural. Após todas essas etapas seguem para o plantio. As mudas, já na natureza, são monitoradas por cerca de 5 anos.

Coleta de sementes nativas é feita pela Cooperativa dos Extrativistas da Flona de Carajás (Coex) | Foto: Divulgação

“O Viveiro Florestal da Vale em Carajás possui capacidade para produzir cerca de 200 mil mudas por ano. O plantio é planejado com base em espécies que possam atrair animais polinizadores e dispersores de sementes, fazendo com que a floresta predomine novamente”, destaca Mauro Castro, coordenador de Fauna e Flora, da Vale.

Há quase 40 anos, a Vale está presente na Amazônia, onde ajuda a proteger uma área de 800 mil hectares, conhecida como Mosaico de Carajás no Pará, equivalente a cinco vezes a área da cidade de São Paulo, e a atividade minerária ocupa menos de 2% deste total. Em 2019, a empresa se comprometeu a proteger e recuperar mais 500 mil hectares de florestas no Brasil até 2030.

Vale

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