Davi, filhote órfão de onça-pintada, foi encaminhado para o Zoobotânico no final do ano passado | Créditos: Nereston de Camargo
Após período de adaptação, um filhote macho órfão de onça-pintada, que chegou ao Parque Zoobotânico Vale (PZV) no final do ano passado, já está agrupado no recinto com outras onças do parque. O novo morador já pode ser conhecido pelo público que visitar o Parque.
Davi ficou órfão em Ourilândia do Norte e foi encaminhado para o Parque por meio de órgão ambiental. “A onça-pintada é a espécie símbolo da fauna brasileira e está ameaçada de extinção. Infelizmente, esse animal não poderá ser devolvido à natureza pela interrupção do vínculo com a mãe. Mas ele ganhou uma segunda chance aqui no Zoobotânico. E o Davi poderá contribuir com a conservação da espécie”, explica o biólogo Tarcísio Rodrigues.
De acordo com o supervisor do Zoobotânico, Cesar Neto, o encaminhamento feito pelos órgãos competentes, como IBAMA e ICMBio, é uma das três formas de chegada de novos animais ao zoológico. “As outras formas são o nascimento de animais no próprio parque e a permuta com outras instituições, que integram os programas de conservação de espécies ameaçadas de extinção”, explica. Outras duas onças-pintadas chegaram ao PZV encaminhadas pelos órgãos ambientais. As fêmeas Roma e Malva integram o plantel do parque desde dezembro de 2020.
Conservação – O PZV integra programa da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) voltado para a conservação ex situ (fora da natureza) da onça-pintada. O trabalho de manejo e reprodução sob cuidados humanos é de extrema importância para promover a conservação.
Nos últimos 10 anos o parque registra ainda o terceiro nascimento de filhotes de onça-pintada. Os irmãos Thor (pintado) e Pandora (melânica) nasceram em maio de 2014; as irmãs melânicas Sheila e Leila, em março de 2016, e dois filhotes (um macho e uma fêmea), nasceram em fevereiro desse ano. Os dois estão sob os cuidados da mãe, Marília, no setor técnico do parque e ainda não estão aptas para exposição.
Há registro também de nascimento de outras espécies no Zoobotânico, como filhotes de ararajuba, urubu-rei e harpia. Além de contribuir com a preservação das espécies, o parque atua também como estoque genético e espaço de formação de profissionais especializados para trabalhar em benefício da preservação da fauna e flora brasileiras, dentro do Programa de Manejo Reprodutivo para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção e Relevância Biológica.