O Pará é o Estado com maior número de casos de violência contra jornalistas da Amazônia Legal e o terceiro do país. Os índices estão no Relatório 2022 da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lançado nacionalmente neste ano, tendo como base os dados do Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), que registrou 21 situações de violência contra os profissionais da categoria.
No Pará, o Sinjor lança nesta quinta-feira, 2, o I Relatório de Violência contra Jornalistas e a Liberdade de Imprensa, com os dados referentes ao Estado. O lançamento, que será feito em parceria com a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Expressão da OAB, vai ocorrer a partir das 18 horas, no Auditório B-100 da Universidade da Amazônia (Unama), localizado na travessa Alcindo Cacela, nº 287, no Umarizal, em Belém. O evento também será transmitido via internet pelas redes sociais do Sinjor.
O relatório estadual é uma iniciativa inédita do Sinjor, que busca detalhar as violências contra os jornalistas no Estado do Pará, que historicamente ocupa os primeiros lugares no ranking da violência contra trabalhadores da imprensa. O objetivo do documento é fornecer dados para criação de políticas públicas e provocar o desenvolvimento de ações nas empresas, que promovam o livre exercício do jornalismo e garantam segurança e proteção aos jornalistas.
No relatório, são apresentados os tipos de violências registradas, as vítimas e os agressores, além de todos os casos históricos registrados pela Fenaj no Estado do Pará. As equipes que atuam na linha de frente nas reportagens foram as principais vítimas das violências. Já os protagonistas das agressões, na maioria dos casos, foram agentes públicos e/ou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O Sinjor e a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Expressão atuaram nos casos acompanhando as vítimas na delegacia e formalizando as denúncias, para o devido processo legal na Justiça.
Os dados mostram ainda que o mandato de Jair Bolsonaro foi o período em que os jornalistas brasileiros mais sofreram agressões desde 1982, quando o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom) iniciou o mapeamento de violência contra o jornalismo. Descredibilizar a imprensa e incentivar a ação violenta de seus apoiadores, contra jornalistas, foram atitudes corriqueiras de Bolsonaro durante os quatro anos de mandato.
O documento será distribuído para gestores públicos, órgãos de segurança, entidades de defesa dos direitos humanos, instituições de ensino e pesquisadores. Qualquer cidadão também poderá ter acesso ao documento virtual solicitando à entidade. A diretoria do Sinjor pretende ainda reunir com a Secretaria de Segurança Pública do Estado e articular, junto a parlamentares, uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), para dar os devidos encaminhamentos para garantir segurança e proteção aos jornalistas no livre exercício profissional.
No último dia 02, foi lançado pelo Grupo de Trabalho (GT) o 1º Relatório de Violência contra Jornalistas e a Liberdade de Imprensa
O Sinjor é presidido por Vito Gemaque, que tem como vice-presidente Rose Gomes. A assessoria de imprensa do sindicato é composta por Elma Asobrab e Helena Saria.