Belém é 20ª, Parauapebas é 36ª, Canaã é 67ª e Marabá, 86ª. Enquanto “Terra Prometida” se farta com triunfo da arrecadação, metrópole paraense vai sendo engolida por cidades menores
Com a ascensão surreal do município comandado por Josemira Gadelha ao pelotão principal daqueles com os maiores faturamentos do país, o Pará ganhou, no primeiro quadrimestre deste ano, mais um representante na lista das 100 prefeituras mais ricas, da qual já faziam parte as administrações de Edmilson Rodrigues (Belém), Darci Lermen (Parauapebas) e Tião Miranda (Marabá).
Dados levantados pelo Blog do Zé Dudu nesta segunda-feira (21), com base na arrecadação oficial declarada pelas prefeituras aos órgãos de controle externo, mostram que as 100 prefeituras mais ricas do Brasil — e Brasília não entra nessa conta por não ter prefeitura — arrecadaram juntas R$ 114,6 bilhões consolidados no período de janeiro a abril. É dinheiro suficiente para sustentar o Pará inteiro por quatro anos e meio.
Nada, contudo, é tão impressionante na lista quanto o avanço da riqueza ajuntada pela Prefeitura de Canaã dos Carajás. Com R$ 454,53 milhões de faturamento nos primeiros quatro meses do ano (quase o dobro da arrecadação do ano inteiro de 2017), a Terra Prometida ostenta R$ 11.929 por habitante, se levada em conta a população indicada como “oficial” pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — mas que todo mundo está careca de saber que está abaixo da realidade e que o município teria hoje algo em torno de 65 mil moradores.
Na matemática da arrecadação por habitante, Canaã dos Carajás tem a maior receita do Brasil. No faturamento bruto, sua posição é a de número 67, à frente de capitais como Boa Vista (RR), Palmas (TO), Rio Branco (AC) e Macapá (AP). Marabá, mais atrás, com R$ 364,93 milhões e na posição de número 86, supera as capitais do Acre e do Amapá.
Parauapebas cresce e Belém cai
Com R$ 818,82 milhões arrecadados, a Prefeitura de Parauapebas é a 36ª mais rica do país no ranking do primeiro quadrimestre e bate sete capitais: Macapá, Rio Branco, Palmas, Boa Vista, Porto Velho (RO), Aracaju (SE) e Vitória (ES). Apenas a Prefeitura de Porto Velho, capital de Rondônia, não transmitiu o balanço aos órgãos de controle, mas o Blog já sabe que a arrecadação de lá é inferior.
Até o final deste ano, Parauapebas deve engolir as capitais Florianópolis (SC) — a qual já havia ultrapassado no consolidado de 2020 —, João Pessoa (PB), Maceió (AL) e Cuiabá (MT). A diferenças da Capital do Minério para essas capitais de estado é tão pequena que apenas uma parcela de royalties resolve a questão e torna a receita do município paraense imperial.
Belém, por seu turno, com R$ 1,088 bilhão e na 20ª posição, vem sofrendo para manter seu faturamento entre os mais altos do país, mesmo a prefeitura comandando a 11ª cidade mais populosa. Com porte populacional similar a Goiânia e Porto Alegre, Belém não consegue faturar nem metade da capital gaúcha e, daqui a pouco, também só faturará metade da metrópole goiana. Belém já foi superada até mesmo por São Luís, que é menor.
Não bastasse isso, um comboio de municípios paulistas surra a metrópole paraense. Campinas, Guarulhos, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Ribeirão Preto e até Barueri (município com população do tamanho de Marabá) faturam mais que a desgastada capital do estado. A impressão é de que a ex-Francesinha do Norte — que chegou a ser uma das cidades mais ricas do mundo nos tempos áureos da borracha — parou no tempo em todos os aspectos e, agora, tem sérias dificuldades até mesmo para ganhar dinheiro.
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fonte:zedudu.com