Parauapebas ganhará galeria de arte a céu aberto

O projeto “Caminhos da Arqueologia na Amazônia – Carajás” realiza neste mês de julho variada programação cultural em Parauapebas, no sudeste do Pará, e municípios vizinhos. Como ponto alto, a cidade ganhará uma verdadeira galeria de artes a céu aberto no Bairro da Liberdade, com pinturas em grande dimensão, que pretendem despertar a sociedade para a riqueza do patrimônio arqueológico no local.

A agenda, que vai até 7 de julho, conta também com oficina de pintura em grafite e muralismo, palestra e roda de conversa. O projeto tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale via Lei Federal de Incentivo à Cultura, parceria do Museu Paraense Emílio Goeldi e apoio da Prefeitura Municipal de Parauapebas, por meio do Museu Hilmar Harry Kluck.

Toda criação irá acontecer durante a oficina, que está sendo ministrada pelo artista visual paraense Waldir Lisboa. Os murais interpretando o tema Arqueologia de Carajás estão sendo pintados coletivamente em fachadas de casas, muros, postes, paradas de ônibus e outros espaços do bairro.

O local foi escolhido porque vêm de lá inúmeras peças arqueológicas com mais de 2 mil anos de datação, o que indica a existência de importante sítio arqueológico na área. Os achados estão sob guarda hoje do Museu de Parauapebas.

A ideia é despertar a comunidade local e a sociedade em geral para a existência de um valioso patrimônio arqueológico na região de Carajás, e que precisa não somente ser preservado, mas também aproveitado no fomento ao turismo e na geração de renda para a população. “Acreditamos que ao se apropriar do valor simbólico desse patrimônio, e a partir dele conquistar trabalho e renda, a população local se transformará em guardiã permanente desses bens arqueológicos existentes na região de Carajás”, afirma André Monteiro, coordenador geral do projeto.

Para a construção da galeria em Parauapebas foram convidados também os artistas Perrom Ramos, pernambucano criador de xilogravuras que exaltam a técnica; e o grafiteiro paulista Vespa. Ambos vão contribuir com suas obras.

“O Projeto ‘Caminhos da Arqueologia na Amazônia – Carajás’ tem dentre seus objetivos a democratização do conhecimento sobre a existência de aldeias pré-históricas no sudeste paraense. Neste momento, usaremos a arte do muralismo e o grafite para transmissão desse conhecimento, e vamos pintar parte da cidade com o olhar de cada participante sobre o tema”, comenta Guataçara Monteiro.

Dentro da programação, na Associação de Desenvolvimento Esportivo Educacional e Cultural de Parauapebas (Asdecap), ocorre nesta terça-feira (5/7) a palestra gratuita de Guataçara Monteiro sobre “Arte como ferramenta de transformação e negócios”, em que apresentará sua experiência para empreender dentro da indústria criativa. E amanhã, (6/7), acontece roda de conversa com os artistas como Waldir Lisboa, Guataçara Monteiro, Perrom Ramos e Vespa, às 19h.

A Asdecap fica localizada no Centro Administrativo, Morro dos Ventos, Beira Rio II.

Caminhos da Arqueologia na Amazônia – Carajás

A proposta do projeto “Caminhos da Arqueologia na Amazônia – Carajás” é demonstrar, de maneira didática, como se deu a ocupação humana no sudeste do Pará, tendo como base as pesquisas arqueológicas realizadas na região nos últimos 50 anos.

O Projeto prevê levar pela primeira vez à região sudeste do estado, a exposição cultural “Origens, Amazônia Cultivada”, que acontecerá no mês de agosto na cidade de Canaã dos Carajás e em setembro na cidade de Parauapebas. A iniciativa contará ainda com atividades paralelas como oficinas diversas, cursos, vivências, visitas guiadas à exposição e às galerias a céu aberto, contação de histórias sobre arqueologia para crianças, entre outras ações.

A ideia de criação de galerias de arte à céu aberto é do também artista visual paraense Guataçara Monteiro, que irá coordenar a criação do espaço em Parauapebas. Guataçara reside em São Paulo há 20 anos, e já criou outras galerias semelhantes no Nordeste e no Sudeste do Brasil.

A primeira experiência foi em 2020, na comunidade rural Chã de Jardim, em Areia, no Brejo paraibano, a 118 km da capital João Pessoa, com a pintura de mais de 20 casas. Este ano, foi a vez da cidade de Igaratá, em São Paulo, no Vale do Paraíba, receber a galeria a céu aberto, que envolveu 15 artistas visuais e mais de 40 famílias voluntárias em um conjunto colorido de casas, dando vida ao sonho do artista de viajar pelo país presenteando cidades e comunidades com arte.

Em Parauapebas não será diferente. A partir de uma oficina, a comunidade do Bairro da Liberdade dará vida ao patrimônio arqueológico existente na região. Serão várias obras de arte em grande dimensão, evidenciando com isso a importância da preservação do patrimônio arqueológico de Carajás e valorizando a produção artística local.

Programação em Parauapebas no mês de julho

Oficina de pintura em grafite e muralismo

Período de oficina: Até 5 de julho

Horário: 8h às 12h

 

Palestra “Arte como ferramenta de transformação e negócios”

Data: 5 de julho

Horário: 19h

Local: ASDECAP

 

Roda de conversa com os artistas

Participantes: Waldir Lisboa, Guataçara Monteiro, Perrom Ramos e Vespa

Data: 6 de julho

Horário: 19h

Local: ASDECAP (Travessa Cajazeira, nº 110, bairro Liberdade)

 

Criação de galeria à céu aberto – tema “Arqueologia de Carajás”

Período: até 07 de julho

Ações: pintura das casas no Bairro da Liberdade.

 

Entrega de certificados e inauguração da galeria à céu aberto

Local: Bairro da Liberdade

Data: 7 de julho, às 17h.

Fonte: Caminhos da Arqueologia

Fotos: Caminhos da Arqueologia

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