Em julgamento ocorrido nos últimos dias 25 e 26 de maio, os policiais Arthur Pinheiro e Marcelo foram condenados, respectivamente, a 24 e 16 anos de reclusão pelo envolvimento no homicídio – com emprego de tortura – de Lucas e de Isael, além da tentativa de homicídio contra Kayky e Francisco em 10 de março de 2019, no município de Parauapebas.
Além do policial militar Arthur e do policial civil Marcelo, outros dois militares também estão envolvidos no caso: Cosme Neto e Sandro. No entanto, eles recorreram no processo.
À época do crime, a defesa dos acusados pediu a liberdade dos envolvidos, sob justificativa que não haveriam “indícios suficientes de provas contundentes que venham dizer que todos os acusados são realmente culpados desse evento”, afirmou o advogado Wilson Santana em entrevista ao CORREIO em 2020. Ele ainda afirmou que “parece uma ficção, um filme, porque ninguém viu”.
O fato ocorreu por volta das 22h daquele 10 de março. As vítimas estariam fumando maconha nas proximidades do cemitério no Bairro Rio Verde quando foram surpreendidas pelos policiais, que “chegaram atirando em suas direções”.
Eles ainda tentaram fugir do local pulando o muro dos fundos do cemitério, mas apenas Francisco, que foi atingido por um dos disparos, conseguiu escapar. Os outros três tentaram se esconder em uma residência, mas foram pegos pelos policiais, que levaram o trio em um carro vermelho até uma estação de água, onde eles teriam sido torturados.
Lucas foi assassinado e, em seguida, Isael, que não resistiu aos ferimentos de arma de fogo.
Em 24 julho de 2019 os três policiais militares envolvidos no crime tiveram seus mandados de prisão pelos crimes de homicídio, lesão corporal, formação de bando e associação criminosa cumpridos e foram encaminhados ao Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves (CREAN), que fica em Santa Izabel do Pará e é destinado à prisão dos agentes de segurança pública. O policial civil, por sua vez, permaneceu preso em Parauapebas.