O artista plástico e poeta Olinto Vieira foi o primeiro a mostrar suas obras em exposição apoiada pela prefeitura e organizada pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), abrindo uma sequência de mostras para valorização de artistas locais.
A arte é livre e não poderia ser melhor traduzida no trabalho do artista plástico e escritor Olinto Vieira, que no último sábado, 1º de outubro, realizou em Parauapebas a exposição Poesia em Cores, com apoio da prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura (Secult).
No centro das atenções, pinturas feitas em telas e papel canson num estilo que costuma provocar os mais diversos sentimentos e interpretações no público: o abstracionismo, preferido por Olinto Vieira por dar mais liberdade ao autor da obra.
“É mais abrangente. Não dá para falar: ‘ah, é cubismo, é renascentismo, é surrealismo´. É tudo muito abstrato. E o título foi Poesia em Cores porque todas as telas têm a característica de serem muito coloridas”, explica Olinto, que em setembro de 2021 lançou o livro de poesias “Quando Éramos Reis”, rapidamente esgotado.
Realizada num único dia, a exposição Poesia em Cores foi prestigiada por amigos e fãs do artista e pela secretária adjunta de Cultura, Victorya Carolynne. E foi organizada pelo Museu Municipal de Parauapebas, dando início a uma sequência de exposições de artistas locais. São mais de mil cadastrados no Conselho Municipal de Cultura.
A ideia é que as próximas exposições durem um mês e sejam realizadas no próprio museu de forma individual ou coletiva. “Vários artistas têm seu material em casa e só precisam da oportunidade e espaço para expor e se destacar”, observa a diretora do Museu de Parauapebas, Rebeca Valquíria, para adiantar que a próxima exposição deverá ser de fotografias artísticas, com data prevista para janeiro de 2023.
Olinto Vieira: advogado artista ou artista advogado?
“Quero fazer parte, mesmo que como um grão de areia, deste universo da arte”, diz Olinto Vieira, cujo dom da arte o acompanha deste a infância quando, com maestria, já fazia desenhos e caricatura dos professores, colegas da escola e amigos. Tudo com incentivo da mãe e escritora Marlene Vieira.
Nascido no Vale do Jequitinhonha (MG) e há duas décadas em Parauapebas, Olinto é procurador do município, elaborou leis municipais importantes e foi diretor do Departamento Municipal de Arrecadação (DAM).
Ao ser perguntado se é advogado artista ou artista advogado, ele responde de bate-pronto: artista advogado. Foi com a arte que conseguiu dinheiro para seguir os estudos. “Vendi muitos quadros na faculdade para custear os livros. Devo ter uns 300 quadros distribuídos nessa Brasil afora”, conta Olinto.
Com a responsabilidade da profissão, a arte precisou ficar em segundo plano. Mas agora, com 23 anos de procuradoria, Olinto se vê livre como a própria arte: “Agora, estou me dando a oportunidade de voltar a fazer o que eu queria, o que eu gosto, que é escrever e pintar”.