Reflorestamento: Vale e ICMBio promovem capacitação a extrativistas de Carajás para identificação de árvores “mães” na coleta de sementes

No município de Parauapebas, no Pará, diariamente, extrativistas autorizados pelo ICMBio trabalham dentro da floresta na coleta de sementes, que são adquiridas e utilizadas em ações de reflorestamento realizadas pela Vale. Essa semana, membros da Cooperativa da Floresta Nacional de Carajás (CoEx) participaram de curso, a fim de aperfeiçoar a capacidade de identificação na natureza de árvores “mães”, matrizes de onde se pode extrair sementes e frutos para produção de mudas. Essa atuação diária é de grande importância na recuperação e conservação da biodiversidade. Para o extrativista, Edson Souza seu trabalho representa vida.

Durante o curso promovido pela Vale e ICMbio, Edson era um dos mais curiosos e atentos. “Meu status de vida hoje é composto pela Amazônia, por isso esse sentimento de preservação e cuidado com as espécies. Para mim, foi um privilégio ter mais esse amplo conhecimento e depois passar esse conhecimento para os outros”. Grande parte do seu dia, ele dedica à coleta de sementes de árvores nativas. Trabalho que ajuda a reflorestar a região e a garantir a conservação. “O trabalho que faço, primeiro é vida e segundo é uma grande proteção para mim e para as futuras gerações”, define Edson, extrativista que há 23 anos tira da flona também o seu sustento.

No treinamento, os cooperados conheceram sobre a marcação de matrizes de espécies de canga e floresta, envolvendo desde legislação, a seleção e critérios para marcação de matrizes até o transporte dos frutos e sementes, qualidade de embalagens, técnicas de secagem e controle de qualidade. Também aprenderam mais sobre a identificação botânica como reconhecimento e identificação das principais famílias arbóreas nativas e espécies locais.

A marcação de matrizes é uma etapa importante no trabalho de conservação da biodiversidade. “Tecnicamente, essa atividade consiste em agir previamente ao processo de coleta, selecionando visualmente plantas conforme uma série de critérios e efetuar sua marcação física e geográfica por meio de GPS, assim como realizar a sua coleta botânica, o que permite a identificação da espécie por especialistas, bem como localizar e delimitar áreas de coleta de sementes florestais e de campo rupestre em quantidade e de maneira planejada, conforme a época do ano em que cada espécie de semente está pronta e pode ser coletada. Um trabalho fundamental para produção de mudas em quantidade e qualidade e para atender as demandas da conservação”, explica o técnico florestal da Vale, Lourival Tyski.

Conservação e renda
Nos últimos três anos, foram coletadas mais de 16 toneladas de sementes de 120 espécies diferentes, o que gerou cerca de R$ 3 milhões em renda às famílias. Com isso, mais de 200 mil mudas são produzidas por ano e plantadas em áreas de compensação. Entre as sementes coletadas estão espécies como mogno, mimosa, açaí, castanha do pará e o jaborandi.

Segundo o gerente de meio Ambiente da Vale no Pará, Paulo Rogerio Oliveira, “o treinamento promove o aperfeiçoamento da ação em campo dos extrativistas que já tem um conhecimento nato, ampliando suas competências técnicas, o que favorece as ações de conservação e recuperação de áreas realizadas pela empresa, ainda gerando renda e trabalho para os cooperados”

O Chefe Substituto do Núcleo de Gestão Integrada de Carajás, Paulo Faiad destaca a importância do treinamento dos cooperados para o uso sustentável da Flona. “A coleta de sementes em Unidades de Conservação Federais foi recentemente regulamentada por uma nova normativa, portanto este treinamento serve tanto para adequar a atividade exercida pela cooperativa às novas regras, quanto para consolidar as boas práticas que garantem a sua sustentabilidade. Com isso, a Flona Carajás passa a ser uma área fonte de novas vidas para áreas em recuperação, dentro e fora do Mosaico de Áreas Protegidas de Carajás”, diz Faiad.

Captura de CO2 da atmosfera
Apenas parte dos frutos e sementes são coletadas, grande parte fica como alimento para a fauna, enriquecimento do solo e a continuidade das interações ecológicas da floresta. A recuperação das áreas mineradas ou reflorestamento em áreas de compensação devolve a vegetação a locais impactados e também promove a captura de CO2 da atmosfera. , ajudando na diminuição da concentração deste gás e, consequentemente, desempenhando um papel importante no combate à intensificação do Efeito Estufa.

A remoção do gás carbônico da atmosfera é realizada graças à fotossíntese, permitindo a fixação do carbono na biomassa da vegetação e no solo. Conforme a vegetação cresce, o carbono é incorporado aos troncos, galhos, folhas e raízes.

Vale
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