Em entrevista à CNN Brasil neste domingo (17), a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, mais conhecida como Janja, criticou a falta de um gabinete formal para a esposa do presidente da República. Para ela, a ausência dessa estrutura institucionalizada reflete uma mentalidade machista que ainda permeia o governo brasileiro.
Janja ressaltou que a situação das primeiras-damas no Brasil está distante do modelo adotado por outros países, como os Estados Unidos, México e Paraguai, onde as esposas dos presidentes têm um gabinete oficial para exercer suas atividades. “A primeira-dama dos Estados Unidos tem um gabinete e outras diversas primeiras-damas têm. Ontem mesmo, recebi uma carta da primeira-dama do Paraguai que, por um problema de saúde, não pode estar no G20 com a gente e (foi enviado) da oficina da primeira-dama. Quer dizer, do gabinete da primeira-dama. Eu não posso nem colocar isso no papel”, explicou.
De acordo com Janja, sem um gabinete formal, ela se vê obrigada a arcar com todos os custos de sua atuação, desde materiais de trabalho até suas roupas. “Tudo é do meu bolso, que eu pago porque eu não tenho nada disso. As roupas que eu uso, tudo, tudo, tudo sai dali”, afirmou. A socióloga destacou que, em comparação com outras primeiras-damas, como Jill Biden, esposa do presidente dos Estados Unidos, a falta de uma estrutura de apoio torna seu trabalho mais difícil e menos institucionalizado.
A crítica de Janja à falta de um gabinete oficial reflete um desejo de mudança na forma como o trabalho das primeiras-damas é encarado no Brasil. Ela já havia expressado opiniões semelhantes no ano passado, quando comparou sua situação à de Jill Biden, que, ao contrário dela, conta com uma estrutura formalizada e institucionalizada para desenvolver suas atividades.
Em declarações anteriores, Janja também havia deixado claro que sua presença não se limita a questões de representação feminina ou à participação em eventos sociais. “Não é porque eu sou mulher do presidente que vou falar só de marca de batom”, disse na ocasião. Ela enfatizou que, mesmo não participando das reuniões de trabalho de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o relacionamento deles é marcado pelo diálogo, e que questões políticas e sociais são discutidas também no ambiente familiar.
Com a falta de um espaço institucionalizado para suas ações, Janja defende que as primeiras-damas no Brasil deveriam ter um papel mais visível e apoiado por um gabinete adequado para desenvolver políticas sociais e realizar ações de apoio à sociedade. A ausência dessa estrutura, para ela, é um reflexo de uma visão antiquada e machista sobre o papel da mulher na política.
INFORMAÇÕES POR: PORTAL TAILANDIA
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