Oficinas de cinema do Cultura na Praça chegam ao Pará

Jovens de comunidades do interior do estado vão produzir quatro curtas-metragens

 

Pará, 27 de setembro de 2021 – O Cultura na Praça chega ao Pará. O projeto, que conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, vai oferecer oficinas de capacitação e criação audiovisual para quatro turmas de três comunidades do interior do estado.

A Vila São Raimundo, em Bom Jesus do Tocantins, é a primeira comunidade a receber as oficinas do Cultura na Praça

“A intenção é ensinar os jovens a fazer cinema na prática e a partir de suas próprias histórias”, explica o coordenador do Cultura na Praça, Gilberto Scarpa. Sob orientação do cineasta Cris Azzi, os alunos participam ativamente de todas as etapas de produção, desde a escolha do tema até a montagem final. O resultado de cada oficina é um filme em curta-metragem sobre o patrimônio cultural material e imaterial do lugar.

“O Instituto Cultural Vale tem um compromisso com a cultura e vai onde ela estiver. E por isso patrocinamos o Cultura na Praça que promove encontros pautados na valorização de diversas culturas, de suas raízes e identidades locais, com vistas à transformação social. Com a formação de grupos de jovens e construções coletivas de conteúdos audiovisuais, proporcionamos a troca e aprimoramos a reflexão e a interação com as suas culturas”, destaca a gerente do Instituto Cultural Vale, Christiana Saldanha.

 

Eloá Santos quer aprimorar seus conhecimentos técnicos e seguir produzindo audiovisual para as redes sociais

 

A primeira comunidade do Pará a receber o Cultura na Praça foi a Vila São Raimundo, em Bom Jesus do Tocantins. Eloá Santos, de 12 anos, está inscrita na oficina com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos técnicos e seguir produzindo audiovisual para as redes sociais. Ela conta que já foi youtuber, mas que agora é tiktoker. “Os vídeos que faço não são exatamente cinema, mas o jeito de fazer é parecido, e tenho certeza que eles vão ficar bem melhores depois dessa experiência”, avalia a estudante.

Já Evelly Lima Costa, de 17 anos, não tem qualquer experiência com produção audiovisual, mas espera que o curso possa ajudá-la a superar a timidez, problema que cresceu devido à pandemia. “Eu quero aprender a me expressar melhor, a ser mais eu. Espero que o cinema possa me ajudar nisso”, explica.

Após as filmagens na Vila São Raimundo, o projeto segue para a Agrovila Nova Jerusalém, em Canaã Dos Carajás, e depois Serra Pelada, em Curionópolis. Famosa pela corrida do ouro na década de 1980, Serra Pelada contará com duas turmas e, consequentemente, serão realizados dois filmes por lá. “Serra Pelada é nacionalmente conhecida pelo seu passado, mas será muito interessante mostrar como está a comunidade hoje, ainda mais através dos olhares de seus jovens moradores”, explica o cineasta e professor Cris Azzi.

Filmagens já terminaram nas comunidades do Maranhão
O projeto circulou também em comunidades do interior do Maranhão. As oficinas ocorreram nas comunidades de Vila Tropical/Verona, em Bom Jesus das Selvas; Francisco Romão e Pequiá de Cima, em Açailândia; São João do Andirobal, em Cidelândia, e na Vila São Raimundo, em São Pedro da Água Branca. Em cada uma dessas comunidades, os alunos conceberam e produziram um filme diferente.

Jaciane Alves, 12 anos, moradora da Vila São Raimundo, em São Pedro da Água Branca, quer declarar, no filme, sua paixão pelo rio Tocantins. “Eu gosto muito de puxar um peixe, de acampar com meus amigos, de andar de canoa, de dar salto na água e mergulhar no rio. E, claro, nós queremos que o rio esteja no nosso filme! Por isso, pensamos em contar uma história de pescador.”

Filmes serão exibidos nas comunidades e on-line
A última etapa do projeto será a exibição dos documentários produzidos durante as oficinas, o que ocorrerá tanto na sala de cinema virtual “Cine Babaçu”, plataforma de exibição on-line do Cultura na Praça (culturanapraca.art.br), como em sessões especiais nas comunidades. Apesar da limitação de público imposta pela pandemia de COVID-19, os alunos e poucos convidados terão a oportunidade de assistir ao filme na tela grande de cinema. Jaciane mal pode esperar. “Vai ser mais uma história para contar! E, dessa vez, não vai ser história de pescador”, brinca a estudante.

O projeto Cultura na Praça é viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, apoio do Centro Cultural Tatajuba e realização da Vivas Cultura e Esporte, Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo – Governo Federal.
*Observação: a realização das sessões de cinema presenciais está condicionada à análise dos níveis de transmissão pela Covid-19 no local e ao procedimento determinado por decretos estaduais e municipais, à época da exibição.

 Vale.com

 
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