A Polícia Civil abriu inquérito policial, para levantar as causas do incêndio e identificação dos corpos, encontrados no assentamento Terra e Liberdade, do MST, após o acampamento ser consumido pelo fogo na noite do último sábado (9). O caso é investigado pala 20ª Seccional de Parauapebas. Uma perícia já foi realizada no local.
Segundo o delegado que está à frente das investigações, João Abel, dos noves corpos encaminhados para perícia, apenas um ainda não foi reconhecido. Os restos mortais serão submetidos ao exame de DNA. As autoridades aguardam o comparecimento dos familiares para a realização do exame.
“A Polícia Civil abriu inquérito policial para apurar as causas e circunstâncias do fato. Neste aspecto é importante aguardar o laudo da perícia que já foi realizado no local. Paralelamente a isso, estávamos fazendo o reconhecimento dos corpos, porque a carbonização dificulta a identificação por meio da digital, mas, felizmente dos nove corpos, oito já foram identificados e apenas um não será possível ser identificado pelo processo datiloscópico. Vai ser necessário a retirada do DNA para haver um confronto com um parente próximo, de preferencialmente pai ou mãe, mas um perito de Belém já está a caminho da nossa cidade para poder fazer esse exame”, disse o delegado.
A polícia civil investiga ainda a presença dos funcionários que estavam no local realizando a instalação da rede de Internet na comunidade fora do horário apropriado. O delegado João Abel esclareceu que a empresa será intimada a depor, mas em conversa com o proprietário do provedor de internet, o mesmo havia adiantado em conversa preliminar com a polícia, que os funcionários foram orientados a suspender os serviços.
“Sobre o fato em si, foi instaurado um procedimento para serem apuradas as causas, então não há como a gente adiantar muito sobre isso antes do laudo dos peritos. Mas, em princípio, foi uma fatalidade, infelizmente. Os funcionários de uma empresa estavam prestando o serviço de colocação da internet no local. Tudo indica que houve o contato com a rede de primeira tensão, que desencadeou a eletrocussão que foi a causa da morte dessas nove pessoas. Mas, somente após a conclusão do inquérito e com o laudo dos peritos é que poderemos afirmar qual foi a causa do acidente: se realmente foi uma fatalidade ou se houve algum crime; se ele foi culposo ou doloso, mas, a princípio foi uma fatalidade.”
Os corpos estão sendo liberados para as funerárias, veladas no acampamento e em seguida sepultadas no Cemitério Jardim da Saudade II em Parauapeas. Apenas os corpos dos funcionários do provedor de internet foram transferidos para serem sepultados na cidade de Eldorado dos Carajás.