O cenário de forte perseguição política em Curionópolis, no sul do Pará, está atraindo atrasos econômicos para a cidade e causado grande insatisfação na população. É comum o sentimento de revolta entre os curionopolenses, já que para a comunidade, a não liberação da licença ambiental do projeto Serra Leste é resultado de manobras dos grupos políticos em oposição ao atual governo.
Diante do impasse, desde dezembro do ano passado Curionópolis teve uma redução de aproximadamente 35% do índice de sua receita pois deixou de receber mensalmente cerca de R$ 3 milhões que eram repassados ao município, provenientes do funcionamento do Serra Leste. O impacto na economia do município é exorbitante, obrigando a prefeitura a fazer a demissão de servidores públicos.
“É triste o que se ver nessa cidade, esse jogo político de puxar o tapete do outro. Agora que nossa cidade passou a ver melhorias, obras em andamento, educação melhorando, economia crescendo, vem essa falta de respeito com o povo, de governador e deputado está segurando a licença para atrasar o desenvolvimento do município”, disse o vendedor Alcir Souza.
Para um município cuja principal receita gira em torno da mineração, o conjunto de investimentos voltados para educação, saúde e infraestrutura do município, também foram impactados devido os impostos como CFEM, ISSQN e ICMS, provenientes da produção mineral, deixaram de ser arrecadados.
“É a mineração que trás recurso pra cidade e a gente conhece bem, essa perseguição que existe aqui. Sabe quem é que está por detrás. Já deviam ter liberado essa licença há muito tempo. Porque a gente não ver esses problemas de liberação de licença nos outros projetos? Aqui tem muito pai de família desempregado esperando os empregos saírem”, revelou o técnico de mineração Paulo Cardoso. Ele está desempregado há mais de 6 meses.
Além do prejuízo na captação de tributos, a população também é atingida com o aumento do índice de desemprego. O Serra Leste está com a produção paralisada desde julho de 2019. O motivo é a falta da licença ambiental que deveria ter sido concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
REIVINDICAÇÃO: No dia 12 de dezembro de 2019, uma comissão acompanhada pelo prefeito de Curionópolis, Adonei Aguiar (DEM), esteve em reunião na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA), com parlamentares, para levar a reivindicação de moradores e trabalhadores do município, solicitando agilidade na retomada das atividades do Projeto Serra Leste.
MANIFESTAÇÕES:
Uma comissão de representantes da sociedade civil de Curionópolis, como a Associação Comercial e Industrial de Curionópolis (Acic), Associação de Mototaxistas, Associações de Bairros, Conselho de Pastores, Associação de Mulheres e outros, formaram uma comissão que lutam pela retomada do projeto, a partir do bloqueio da rodovia PA-275, em manifestação.
Outra ação importante foi realizada em 24 de outubro de 2019, uma audiência pública foi promovida, onde estiveram presentes os deputados estaduais Eliel Faustino, Hilton Aguiar, Toni Cunha, Delegado Caveira e o deputado Federal Hélio Leite, que garantiram pressionar o Estado por essa liberação.
Em 27 de novembro, uma sessão especial convocada pelo Deputado Eliel Faustino, na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), mas nenhum representante do estado esteve presente. Nessa ocasião, os manifestantes que foram à Belém, bloquearam a avenida Almirante Barroso, na Capital em manifestação e foram intimidados pela Polícia Militar.
Outra nova sessão foi convocada pelo Deputado Chamonzinho, na Alepa em Belém, que desta vez, contou com a presença de técnicos e secretário de governo. Lá, o que ficou subtendido para a Comissão presente é que não era de interesse do governo resolver a situação com celeridade o processo, e sim no tempo que fosse concluído as análises, período que já se estendem por anos.
Insatisfeitos, os representantes desta comissão já estão organizando novas manifestações, segundo informações. Prometem ainda fechar novamente a rodovia PA-275 e liberar após a liberação da licença.
ascom.curionopolis