Para atender as demandas das comunidades indígenas nas aldeias Kateté, Djudjêkô, Ôôdjã, Pokrô e Krimey, na Terra Indígena Xikrin do Rio Cateté, a Prefeitura de Parauapebas destinou maquinário agrícola para o início dos serviços de destoca e gradagem em áreas com projetos desenvolvidos e acompanhados pela Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror).
“Essa mecanização das roças é bem-vinda. Aqui na aldeia Ôôdjã, a gente pretende plantar mandioca, batata, inhame, banana, cacau. É um prazer enorme receber a equipe da Prefeitura, fazendo essa mecanização para nós”, comenta Kaiorê Xikrin, representante da Ôôdjã.
Além do trabalho de mecanização, sacolas também estão sendo entregues a fim de que os indígenas produzam suas próprias mudas para plantio. Nesta quinta-feira, 30, uma equipe da Sempror visitou as localidades.
“A Secretaria já está adquirindo as sementes de cacau de alta qualidade para que esses produtores indígenas consigam produzir, dentro das aldeias, as mudas que serão plantadas nessas áreas que estão sendo mecanizadas”, explica Sinara Albuquerque, engenheira agrônoma responsável pela assistência técnica nas aldeias.
Em janeiro deste ano, 14 mil mudas de açaí BRS e cacau, além de cerca de 240 kg de sementes de milho foram entregues pela Sempror nas comunidades, para a implantação de sistemas agroflorestais dentro das comunidades. Todo o trabalho realizado pelos índios também recebe acompanhamento técnico especializado periodicamente.
“Eu quero plantar cacau, café, açaí e cupuaçu, laranja, no jeito que os brancos estão fazendo eu quero fazer. Eu quero aproveitar o pasto que já está pronto porque eu não quero fazer desmatamento mais, não. A Prefeitura mandou e eu recebi, com carinho, sacos para sementes; vou fazer mudas, plantar e melhorar a vida do povo Xikrin, melhorar a vida da minha comunidade”, relata o cacique Karangré Xikrin, da aldeia Kateté.
A produção cacaueira tem sido a principal demanda da etnia, seguida do açaí, já que eles utilizam sistemas ecológicos de cultivo agroflorestal nas roças, como o modelo cabruca, aproveitando as árvores já existentes nas matas nativas para fazer o sombreamento necessário para o cultivo da amêndoa.
“Os Xikrin vêm a produção de cacau como uma fonte promissora de renda para as comunidades, além de ser um modelo sustentável. O projeto é a longo prazo, mas receberá acompanhamento mensal de uma equipe especializada para garantir resultados positivos”, explica o titular da Sempror, Elson Cardoso.
O trabalho já é realizado desde o ano passado, com o atendimento das demandas sugeridas pelas lideranças indígenas com foco no aumento da produtividade agrícola. As propostas são sugestões das famílias que desenvolvem agricultura de consumo próprio e comercialização.
Além disso, o Centro Tecnológico de Agricultura Familiar (Cetaf) se prepara para entregar às aldeias mais de 70 mil sementes de cacau e sacos para mudas, a fim de que eles mesmos produzam suas próprias mudas nos viveiros das comunidades.
Texto: Erika Sarmanho/Sara Dias / Fotos: Chico Sousa
Assessoria de Comunicação/PMP