Uma professora da rede municipal de ensino de Natal foi barrada na entrada da Secretaria Municipal de Educação na última quinta-feira (11). O motivo: sua vestimenta foi considerada “inadequada”.
De acordo com relato do G1 nesta quarta (17), a decisão de proibir o acesso de Tânia Maruska Petersen partiu do chefe de patrimônio do órgão e de um segurança. A professora considerou o episódio um caso “típico de machismo”.
“Em pleno século 21 é inadmissível que uma mulher seja julgada pela roupa que está usando. Principalmente porque o meu vestido não é inadequado. Fica claro que é mais um caso de machismo”, disse ao site.
Funcionária da Escola Municipal Zuleide Fernandes, Tânia contou que precisou ir à Secretaria para resolver questões de trabalho e assinar documentos. Na chegada, porém, foi abordada por um segurança que impediu sua entrada e afirmou que chamaria o chefe para lidar com a questão caso ela insistisse.
“Ele já chegou dizendo que a roupa era inadequada. Eu perguntei quais eram os critérios, já que eu estava com um vestido normal, que eu já usei em outros dias de trabalho e já entrei em outros prédios públicos. Ele respondeu que existia uma portaria que explicava quais roupas não eram adequadas, que eu era uma educadora e que aquela não era roupa de uma educadora”, lembrou.
A conselheira escolar disse ter ficado constrangida e sentindo-se humilhada com o episódio. “Meu vestido não era curto pra ser taxado de inadequado. Fiquei muito triste, envergonhada, foi uma situação vexatória. Eu sou uma excelente profissional. Eu estudo, invisto no meu trabalho, chego cedo, cumpro minhas atividades, e vou ser julgada pela roupa que eu uso?”.
Secretaria promete apurar caso
A denúncia de Tânia fez com que a Secretaria se manifestasse. Em nota, o órgão garantiu que está apurando o caso e tomará as devidas providências.
“A SME-Natal lamenta o episódio e esclarece, que na ocasião a professora foi atendida na sequência em sua demanda pela diretora do Departamento de Administração Geral. A SME reafirma o respeito às professoras e professores, como também a qualquer cidadã ou cidadão que procura atendimento.”