A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou a avaliação da curva epidemiológica do novo coronavírus no Pará. Pela metodologia adotada pelo órgão, a média móvel dos últimos 14 dias indica uma queda de 30% nos registros de óbito causados pela doença. O levantamento considera a data do falecimento e não a da notificação, o que permite observar a eficácia das ações do governo do Estado, conforme o comportamento da pandemia de Covid-19.
De acordo com Denilson Feitosa, diretor de Vigilância em Saúde da Sespa, a queda nas ocorrências vem se mantendo. “O dado mais recente que temos é do dia 22/7, que mostra uma queda de 30% na média móvel quando comparada com a média móvel de 14 dias atrás, que é o intervalo que usamos como consenso para já ter passado o período de incubação e ter tido tempo de a doença se manifestar”, explicou o diretor.
Os dados são enviados diariamente pelas prefeituras para a Secretaria e lançados em tempo real no Painel Covid-19, disponível ao público. O gráfico “Casos por Dia” é o que dá a melhor dimensão da confirmação de contágio e ocorrências de óbitos, demonstrando a diminuição nos números. “A curva está em queda desde o pico ocorrido em meados de abril e início de maio. Desde então, observamos uma queda sustentada e recorrente que está se mantendo ainda, dia após dia, na média móvel quando comparada com 14 dias anteriores”, acrescentou Denilson Feitosa.
Os números indicam, por exemplo, que o dia 20 de maio apresentou o número mais alto de ocorrências, com 4.280 casos confirmados em 24 horas. Já o dia com maior número de óbitos registrados foi bem antes, em 5 de maio, com 128 vítimas fatais. “Nós alimentamos os dados no dia em que ocorreu o óbito, mesmo que a notificação chegue tardiamente. Isso torna a análise mais fidedigna e nos permite avaliar o cenário real, e saber quais ações foram mais efetivas ou não para que possamos rever e trazer o melhor para a população”, disse o diretor.
Tempo real – As notificações dos municípios ocorrem de forma dinâmica, diretamente via sistema, que possui integração em tempo real com o Painel. As notificações tardias alteram as informações e geram o que a Sespa identifica como casos ocorridos em períodos anteriores.
Esse padrão ocasiona a divergência entre as análises adotadas em outras pesquisas, que consideram somente a data de publicação dos dados. “O principal ponto de divergência que temos observado é em relação ao lançamento do óbito. Essas pesquisas que divergem dos nossos dados utilizam a data de publicação do óbito, que é um dado fácil de ser achado e também é divulgado por nós diariamente. No entanto, não acreditamos que esse seja o melhor para ser analisado, porque no mesmo dia teriam vários óbitos ocorridos em vários dias diferentes, e isso não permite que se visualize que tipo de ação foi eficaz e o que é preciso fazer para mudar o comportamento desses óbitos”, finalizou Denilson Feitosa.
Fonte: www.agenciapara.com.br