Nesta última terça-feira (27), um surto de cólera no Sudão resultou em 172 mortes e 2.729 casos registrados em apenas uma semana, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde do país.
A maioria das infecções (90%) ocorreu no estado de Cartum, capital sudanesa, onde a guerra entre o exército nacional e as Forças de Apoio Rápido, em conflito desde abril de 2023, destruiu sistemas de água e energia, obrigando a população a consumir água não tratada do rio Nilo.
Ataques de drones realizados pelas RSF contra usinas de energia deixaram 90% das estações de bombeamento de água inoperantes, segundo a ONU. Slaymen Ammar, coordenador da MSF no Sudão, destacou que o conflito ” comprometeu a infraestrutura básica “, deixando serviços de saúde ” inalcançáveis ou caros demais “.
Com 70% a 80% dos hospitais fora de serviço nas zonas de conflito, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, pacientes são atendidos no chão de corredores. A guerra, que já deslocou 13 milhões de pessoas e matou mais de 150 mil em dois anos, é classificada pela ONU como ” a pior crise humanitária atual no mundo “.
Enquanto a maioria dos infectados tem sintomas leves, a combinação de desnutrição, falta de acesso a tratamento e infraestrutura destruída amplia o risco de mortes evitáveis.